O Caminho das Ararunas, trilha ecológica que atravessa cinco cidades do interior do estado, recebeu, nas últimas semanas, uma série de ações de manutenção, fruto da parceria entre a Prefeitura de Araruna e do Fórum de Turismo do Curimataú. O foco dos trabalhos foi o reforço da sinalização de parte dos corredores que compõem o trajeto, buscando garantir maior segurança aos turistas que o percorrem.
Primeira trilha de longo curso do Nordeste a ser cadastrada na Rede Brasileira de Trilhas, o Caminho das Ararunas ganhou novas placas refletivas, verticais e horizontais, doadas pelo Ministério do Meio Ambiente. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo, Ricardo Câmara, as marcações, que podem durar até 15 anos, seguem os parâmetros estabelecidos pela Rede Brasileira de Trilhas e pelo Governo Federal. Assim, para assegurar clareza aos visitantes, a sinalização local foi, cuidadosamente, padronizada, em trechos que somam cerca de 80 km dos 135 km que integram a trilha. Setas pretas e amarelas, afixadas ou pintadas em pedras, cercas e troncos de árvores, orientam os caminhantes sobre as direções a seguir e as eventuais bifurcações.
“O objetivo desse esforço é organizar a trilha e fazer com que ela tenha a função social de orientar aqueles que vêm a esses corredores ecológicos”, declarou Câmara, destacando que o procedimento valoriza a estrutura do trajeto como um produto turístico de economia circular para os pequenos negócios e a população local. “A Prefeitura de Araruna também prioriza, com isso, a geração de renda para as comunidades, além de recreação e saúde física e mental, por meio das atividades que podem ser desenvolvidas, como trekking, caminhadas, cavalgadas, cicloturismo e corridas”, explicou o secretário. Câmara lembrou, ainda, que a manutenção enriquece uma área importante para a fauna da região: “Vale salientar que, embora se trate de um equipamento público, [a trilha] é utilizada por animais do bioma da Caatinga, para tráfego e reprodução”.
Sustentabilidade
Para o prefeito de Araruna, Availdo Azevedo, “todo investimento feito na trilha reforça a certeza de benefícios duradouros”. O gestor frisou que o incentivo ao ecoturismo é um passo fundamental para o desenvolvimento sustentável da região: “Trata-se de um produto turístico que impulsiona o crescimento do nosso município e do Curimataú paraibano, incluindo, no processo, os comerciantes das áreas rurais, agricultores familiares e artesãos, que agora têm um novo direcionamento para suas produções. Isso nos faz expandir de forma sustentável, com foco na preservação ambiental e na economia circular”. Além das atividades de manutenção, a propósito, a gestão municipal realizou, recentemente, reuniões com as comunidades e associações da região, para esclarecer dúvidas e ouvir sugestões sobre o projeto.
Segundo Câmara, a sinalização será renovada periodicamente, de modo a garantir a visibilidade das marcações. “Queremos que o Caminho das Ararunas seja visitado o ano inteiro. Estamos comprometidos com a manutenção contínua e com o fortalecimento das parcerias locais, sempre visando ao crescimento sustentável do turismo regional”, finalizou.
Patrimônio
O projeto Caminho das Ararunas foi concebido como uma ferramenta para a preservação ambiental, lazer e desenvolvimento sustentável no Curimataú paraibano. Os 135 km de extensão da trilha englobam as cidades de Araruna, Tacima, Dona Inês, Riachão e Cuité, passando por vales, cânions, sítios arqueológicos, comunidades rurais e assentamentos. Além disso, o percurso adentra o Parque Estadual da Pedra da Boca, um dos maiores pontos turísticos da Paraíba, reconhecido pela riqueza de sua biodiversidade e seu patrimônio arqueológico e geológico, incluindo rochas imponentes, cavernas, pinturas rupestres e espécies endêmicas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de junho de 2025.