Se você está em busca de estabilidade e de um bom salário no serviço público, os concursos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e Lazer do Rio Grande do Norte (Seec-RN) trazem oportunidades imperdíveis. Entre cargos administrativos e para docentes, as seleções oferecem mais de 700 vagas, com salários que podem chegar a quase R$ 5 mil, além de outros benefícios.
No edital da UFPB, há 116 vagas destinadas a cargos técnico-administrativos de níveis médio e superior, com salários que vão de R$ 2.667,19 a R$ 4.556,92, dependendo da escolaridade. Além disso, todos eles contam com auxílio-alimentação de R$ 1 mil, o que torna a remuneração ainda mais atrativa. As vagas contemplam funções como assistente administrativo, técnico em Tecnologia da Informação, contador, técnico em Audiovisual, produtor cultural, bibliotecário, biólogo e economista, entre outras, todas com uma carga horária de 40 horas semanais.
As inscrições estarão abertas de 18 de novembro a 17 de dezembro e devem ser feitas, exclusivamente, pelo site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC). Para participar, é necessário efetuar o pagamento da taxa de inscrição, que é de R$ 110 para cargos de nível médio e R$ 140 para os de nível superior.
A seleção será composta por uma prova objetiva, prevista para o dia 9 de fevereiro de 2025, com questões de múltipla escolha sobre Língua Portuguesa, Matemática, Informática, Legislação e conhecimentos específicos. Já para os cargos de músico e técnico de laboratório — nas áreas de Necropsia, Audiovisual, Biologia, Biotério, Eletrônica, Eletrotécnica, Gastronomia, Odontologia e Química —, haverá também uma prova prática, a ser realizada nos dias 29 e 30 de março do próximo ano. O resultado definitivo do concurso, por sua vez, deverá ser divulgado em 24 de abril.
Chance para professores
Enquanto isso, no Rio Grande do Norte, a Seec oferece 598 vagas para o magistério público, voltadas a profissionais com formação de nível superior em diversas áreas. Com foco na formação de cadastro reserva de professores, o concurso inclui disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências Biológicas, Filosofia, Sociologia, Química, Artes e Educação Física, entre outras. O salário inicial oferecido é de R$ 4.809,60 para uma carga horária de 30 horas semanais.
Os interessados em participar têm até o dia 21 de novembro para se inscreverem no site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do certame.
A taxa de inscrição é de R$ 150 para todas as áreas. Já a seleção será composta por provas objetiva e discursiva, ambas previstas para o dia 19 de janeiro de 2025. A primeira abordará conteúdos gerais e específicos, enquanto a discursiva avaliará a capacidade de argumentação dos candidatos.
O concurso da Seec inclui também uma etapa de avaliação de títulos, muito importante para professores que apresentam qualificações adicionais, como mestrados e doutorados. Os candidatos ainda passarão por perícia médica e pelo procedimento de heteroidentificação.
Por meio do link, acesse o edital do concurso da UFPB
Por meio do link, acesse o edital do concurso da SEEC-RN
Produtor cultural: a profissão por trás do espetáculo
Estar cercado de arte e de criatividade pode até parecer glamouroso, quase como se os bastidores fossem um espetáculo à parte. Mas, para quem trabalha nessa área, a realidade é bem mais desafiadora. O produtor cultural é quem faz os eventos, festivais, peças de teatro e produções audiovisuais ganharem vida, equilibrando questões logísticas e de planejamento, além de alinhar equipes e encontrar soluções para cada imprevisto que pode aparecer no caminho.
Não à toa, aos interessados em concorrer ao concurso da UFPB, vale a dica: versatilidade e uma boa dose de resiliência são qualidades fundamentais para encarar a profissão. Gabriela de Souza Arruda, produtora cultural há 13 anos, destaca como a rotina pode ser, ao mesmo tempo, desafiadora e surpreendente. “Ela varia muito, dependendo do projeto e das linguagens envolvidas. Cada tipo de trabalho traz suas próprias necessidades, e a gente acaba sendo o elo prático que conecta todas as partes envolvidas,” comenta.
Hoje, Gabriela atua em dois grupos de teatro em João Pessoa — o Coletivo de Teatro Alfenim e o grupo Parahyba Rio Mulher — e, ao mesmo tempo, dedica-se a produções audiovisuais e a eventos como lançamentos de livros e mostras. Seu projeto mais recente é a produção de um longa-metragem documental sobre a vida artística e política da atriz Zezita Matos. Ao longo da carreira, ela coleciona experiências marcantes, como a circulação pelo país com a peça “O Deus da Fortuna”, do Alfenim, pelo Palco Giratório do Sesc; e a criação do espetáculo “eu-casa” durante a pandemia, quando o grupo Parahyba Rio Mulher precisou reinventar o teatro em formato digital.
Perfil multivalente
Sem dúvida, um produtor cultural precisa ser bastante versátil para lidar com trabalhos tão diversos. Para se ter uma ideia, esse profissional pode atuar em espaços culturais, museus, galerias, teatros, festivais, centros de convenções, empresas de eventos, projetos audiovisuais e até em escolas que desenvolvem iniciativas do tipo. São muitas possibilidades, cada uma com suas próprias demandas, exigindo do produtor uma adaptação rápida e muita habilidade para resolver problemas.
A rotina engloba desde o planejamento e inscrição de projetos em editais até a gestão de equipes, contratação de fornecedores e organização da logística dos eventos, como transporte e alimentação, montagem e desmontagem de cenários, entre outras coisas. E não para por aí: cada fase do projeto traz novas exigências. Gabriela detalha: “No início do ano, focamos no planejamento e na inscrição de novos projetos; no segundo semestre, o ritmo de trabalho fica mais intenso, com mais eventos em execução”.
Qualificação
Para quem quer seguir carreira na produção cultural, qualificação é fundamental, mas o caminho ainda é cheio de obstáculos. Gabriela de Souza Arruda observa que a falta de cursos para capacitação na área dificulta o reconhecimento da produção cultural como profissão. Formações como a pós-graduação em Gestão e Produção Cultural anunciada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB), em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba(Fapesq), representam um avanço importante, mas o setor ainda carece de cursos específicos.
De qualquer forma, também vale investir em áreas correlatas, como Marketing, Administração e Gestão de Projetos, que ajudam o produtor a desenvolver competências como organização financeira e comunicação clara — habilidades que, segundo Gabriela, fazem a produção fluir. Ela ainda reforça que é preciso ter “atenção aos detalhes, planejamento para evitar imprevistos, boa gestão do tempo e uma comunicação constante e objetiva com a rede de profissionais e setores culturais”.
O concurso da UFPB tem duas vagas para produtor cultural. Para concorrer, é necessário ter formação de nível superior em Produção Cultural ou em Comunicação Social. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais e o vencimento básico é de R$ 4.556,92..
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 10 de novembro de 2024.