por Ítalo Arruda*
As aulas do período acadêmico 2021.2 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tiveram início, ontem, no formato híbrido. No entanto, alguns departamentos dos cursos de graduação do campus I, em João Pessoa, ainda estão definindo como se dará o retorno das atividades presenciais. Além do grande número de discentes matriculados, questões relacionadas à infraestrutura têm levado chefes de departamento, coordenadores de curso e diretores de centro a postergar a volta do ensino nas salas de aula físicas.
De acordo com Pádua Costa, chefe do Departamento de Odontologia Restauradora, do curso de Odontologia, vinculado ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), apenas um laboratório, no momento, está com condições de receber os estudantes, na modalidade presencial. “Os demais, distribuídos pelo centro universitário, assim como as salas da clínica onde são ministradas as aulas práticas de estágio e realizado o atendimento aos usuários, estão passando por obras de reforma, inviabilizando, com isso, o retorno das aulas nesses locais”, destacou.
A coordenadora do curso, Andrea Gadelha, afirma que o planejamento para retomar as atividades presenciais já foi elaborado, e que, nos próximos dias, as aulas de algumas disciplinas, como a de anatomia, por exemplo, serão desenvolvidas presencialmente, mas dentro de um esquema de revezamento, atendendo apenas uma turma por semana.
Estamos levando em consideração a capacidade física dos laboratórios e das salas, porque, com a pandemia, tivemos uma retenção muito grande de alunos, resultando em turmas com até 55 matrículas ativas”, disse Andrea. Apesar de reconhecer as consequências deste modelo de ensino híbrido, “como o comprometimento do aprendizado e da formação profissional, [as medidas adotadas] são alternativas para o andamento do curso”.
O mesmo procedimento será adotado pelo Departamento de Fonoaudiologia, cujas aulas práticas, segundo o professor Giorvan Gadelha, responsável pela disciplina de estágio supervisionado, só devem acontecer a partir da próxima semana, com a retomada dos atendimentos clínicos na instituição.
“Neste primeiro momento, estamos entrando em contato com os estudantes e pacientes, comunicando acerca da volta das aulas e dos serviços, e, na próxima segunda, voltamos à presencialidade das aulas, com os grupos de estágio, e das consultas”, ressaltou o professor, destacando que apenas 10% das disciplinas do curso permanecerão no sistema remoto.
Para Rafael Freitas, graduando em enfermagem, o retorno presencial das aulas, sobretudo dos cursos da área da saúde, é de extrema importância porque são cursos que exigem o exercício prático das atividades, que, segundo ele, é indispensável para a fixação dos conteúdos. “Eu entendo que o ensino remoto foi um meio de driblar os efeitos da pandemia na educação, mas nós trabalhamos com vida, com os cuidados que se deve ter com a vida do paciente, e isso não dá para ser feito à distância”, avaliou, ao cobrar pelo retorno imediato das aulas no campus.
Outros centros
Em nota, o Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) comunicou aos professores, técnicos-administrativos e estudantes que todas “as disciplinas e atividades ocorrerão de maneira remota, retornando ao presencial a partir de 21 de março, em conformidade com as normas de biossegurança” e com a decisão do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). Ainda de acordo com o documento, “somente as práticas de estágio poderão ser realizadas presencialmente”.
Assim como no CCTA, as aulas no Centro de Educação (CE) e no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA também só serão retomadas em março.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 22 de fevereiro de 2022