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46ª fase da Lava Jato prende mais um ligado à Petrobras

publicado: 20/10/2017 17h05, última modificação: 20/10/2017 17h51
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Procurador da República Roberson Pozzobon, responsável pela investigação - Foto: Divulgação

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Pedro Peduzzi

Repórter da Agência Brasil

A 46ª fase da Operação Lava Jato deflagrada nessa sexta-feira (20) teve como foco ex-funcionários do Grupo Petrobras ligados à Petrobras Química (Petroquisa). A partir de documentos fornecidos pela Odebrecht, os investigadores, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), identificaram práticas como as de crime de corrupção e de lavagem de dinheiro em contratos formados com a Petroquímica Suape e com a Companhia Integrada têxtil de Pernambuco (Citepe), ligada à Petroquisa.

De acordo com o procurador da República Roberson Pozzobon, a atual fase da Lava Jato contempla dois procedimentos. “O primeiro diz respeito à investigação envolvendo antiga subsidiária da Petrobras, a Petroquisa, e ilícitos praticados no âmbito da petroquímica Suape com a Citepe”, disse o procurador. “O segundo trata da prisão preventiva dirigida a Luiz Carlos Moreira da Silva, acusado da prática de crimes na Petrobras, envolvendo lavagem de dinheiro por meio da contratação dos navios-sonda Petrobras 10.000-e Vitória 10.000.”

Troca de favores

Segundo Pozzobon, o que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de haver, também no corpo executivo de subsidiárias da Petrobras, “troca de favores dirigidos ao Grupo Odebrecht, na forma de um contrato em que se percebe a escalada de preços que resultaram na contratação”. O procurador apontou dois contratos suspeitos. O primeiro, feito em dezembro de 2008, tinha como meta de preço R$ 1,085 bilhão. “Posteriormente, em junho de 2011, esse contrato foi aditivado em mais R$ 330 milhões. Em outubro de 2011, foi feito um novo aditivo de R$ 256 milhões. Com isso, o contrato chegou a R$1,9 bilhão ao final.”

O segundo contrato, de R$1,8 bilhão, envolve a Odebrecht, mas está associado ao interesse da Citepe. Apesar de “uma série de indicativos que mostravam se tratar de contrato inexequível, ele recebeu ajuda de agentes públicos corrompidos para que continuasse e recebesse grande vulto”. Em 2012, esse contrato recebeu aditivos que o fizeram subir para cerca de R$ 3,5 bilhões. “Esse é um caso que evidencia o custo da corrupção”, afirmou o procurador.