O segundo turno das eleições na Paraíba registrou um aumento nas abstenções, parte do eleitorado apto a votar que decidiu não participar do pleito.
Em João Pessoa, o primeiro turno registrou 109.169 abstenções (19,28%), enquanto que no segundo foram contabilizadas 129.360 abstenções (22,84%), representando um aumento de 18,49%. A taxa de comparecimento no primeiro turno foi de 80,72%, totalizando 457.121 votos apurados. No segundo turno, o índice de comparecimento teve uma redução de 4,41%, saindo de 457.121 eleitores (80,72%) para 436.930 eleitores (77,16%).
Em Campina Grande, o aumento das abstenções registrado foi de 7,72%, saindo de 46.649 abstenções (15,61%), no primeiro turno, para 50.251 abstenções (16,81%), no segundo turno. O comparecimento do eleitorado reduziu 1,42%, saindo de 252.239 votos apurados (84,39%), no primeiro turno, para 248.637 votos apurados (83,19%), no segundo turno.
De acordo com a ministra e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, em coletiva de imprensa realizada após o encerramento da totalização das urnas no país, a apuração desses dados ainda será realizada, juntamente com os Tribunais Regionais, para que “a abstenção onde tem aumentado não volte a acontecer”.
Segundo a ministra explicou, “há um aumento de abstenção no segundo turno e isso também foi verificado dessa vez. Em 2020, nós tivemos 30, pouco mais de 31%; aqui está dando entre 28 e 30%, mas, em alguns locais, houve diminuição, em outros houve aumento. Nós vamos verificar, estudar e ver o que a gente precisa fazer para aperfeiçoar”.
Segundo o TSE, o segundo turno foi realizado em 20 estados e 51 municípios e contabilizou 9.947.369 abstenções, representando 29,26% do eleitorado apto para votar. No primeiro turno, o índice de abstenção ficou em 21,7%.
Para o professor e cientista político José Artigas, em entrevista realizada, ontem, para o programa Fala Paraíba, da Rádio Tabajara, o número de abstenções chamou atenção porque voltou a um patamar semelhante ao da pandemia de Covid-19, registrado nas eleições de 2020. Enfatizando que são necessários levantamentos mais detalhados sobre o assunto, o professor fez algumas inferências sobre os motivos sobre esse aumento das abstenções.
Segundo Artigas, o aumento de abstenções no segundo turno é natural, por conta da escolha condicionada do eleitor para o candidato “menos ruim”. “Quando o eleitor, no primeiro turno, faz a sua escolha por um candidato e esse candidato não chega no segundo turno, ele terá que fazer uma escolha pelo menos ruim. Ou seja, não são candidatos que ele escolheria naturalmente, são aqueles apenas que estão dispostos à eleição no segundo turno”, ressaltou Artigas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de outubro de 2024.