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Ano passado foi considerado o mais seguro para a aviação civil

publicado: 02/01/2018 20h05, última modificação: 02/01/2018 20h06
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Em 2017, ocorreram 10 acidentes aéreos que deixaram 44 mortos, enquanto que em 2016 aconteceram 16, com saldo de 303 mortos - Foto: Reprodução/Internet


AFP

O ano que acaba de terminar foi o mais seguro para a aviação civil desde que as estatísticas sobre acidentes aéreos começaram a ser registradas em 1946, segundo relatórios que deixaram satisfeito o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se apropriou parcialmente dessa conquista. Com um total de dez acidentes em aviões de transporte de passageiros que deixaram 44 mortos, 2017 “é o ano mais seguro de todos os tempos, tanto pelo número de acidentes quanto pela quantidade de vítimas”, informou o site especializado Aviation Safety Network (ASN). Em 2016, foram 16 acidentes e 303 mortos, lembrou a rede. O ASN faz parte da Flight Safety Foundation, uma organização sem fins lucrativos que desde 1947 trabalha para melhorar a segurança do transporte aéreo.

Os números publicados se referem apenas às aeronaves comerciais civis de transporte de passageiros e aos voos de carga para levar pelo menos 14 passageiros. A estatística não inclui, portanto, o acidente com uma aeronave militar birmanesa em 7 de junho, que causou 122 mortes. O pior acidente foi o que deixou 12 mortos no domingo (31), na Costa Rica, último dia considerado nas estatísticas. Cinco dos desastres contabilizados corresponderam a aviões de carga, e cinco, a aeronaves de passageiros, completou o site da ASN. De acordo com números provisórios, em 2017, houve 36,8 milhões de voos no mundo todo, o que significa um acidente a cada 7,36 milhões de voos.

Se o conjunto de acidentes em aparelhos militares e voos não comerciais forem levados em conta, o número de vítimas chega a 230 em um total de 24 acidentes, indicou a mesma agência. Ainda assim, ressalta a ASN, 2017 o ano mais seguro da história da aviação.

Trump satisfeito

”O ano passado foi outro ano excepcionalmente bom para a segurança na aviação civil”, ressaltou o pesquisador Adrian Young, da agência holandesa To70, especializada no setor, em outro estudo concentrado nos aparelhos de mais de 5,7 toneladas que transportam passageiros. O avião continua sendo o meio de transporte mais seguro: com um aumento estimado em 3% no tráfego aéreo, na comparação com 2016, a probabilidade de morrer em um acidente de avião comercial é de “uma em 16 milhões de voos”, segundo Young. Mas o informe da agência To70, presente na Europa, na Austrália, na Ásia e na América Latina, ressalta que, “apesar das boas notícias”, a baixa taxa de acidentes no ano passado deve ser vista como um “golpe de sorte”.

“Estatisticamente, com mais de 30 milhões de voos, há muito pouca diferença entre dois acidentes e dez acidentes”, explicou Adrian Young, advertindo que os inúmeros aparelhos eletrônicos nas bagagens dos passageiros são fonte de preocupação, devido aos riscos de incêndio, ou de explosão das baterias de lítio. Em um tuíte nessa terça-feira, Trump atribuiu a si o mérito da quantidade particularmente baixa de acidentes aéreos nos Estados Unidos em 2017.

“Desde que assumi o cargo, tenho sido muito estrito com a aviação comercial. Boas notícias: foi informado que houve zero mortes em 2017, o melhor e mais seguro ano registrado!”, escreveu. O presidente provavelmente se refere à ausência de acidentes de turborreatores civis com vítimas, já que no ano passado houve dois acidentes fatais registrados pelo ASN nos Estados Unidos: um no Arkansas em 1º de maio, que deixou um morto; e outro quatro dias depois em West Virgínia, com duas vítimas fatais. Em ambos os casos, tratou-se de aeronaves de turboélice, uma das quais se dedicava a operações de transporte de carga.