por Pettronio Torres*
A Assembleia Legislativa da Paraíba irá proibir, a partir de hoje, a entrada de parlamentares armados no Plenário da Casa Epitácio Pessoa. A decisão foi anunciada na manhã de ontem pelo presidente do Poder Legislativo paraibano, o deputado Adriano Galdino (PSB). A decisão foi tomada após queixas do deputado Hervázio Bezerra (PSB).
O presidente da Casa explicou que o regimento interno da Assembleia Legislativa proíbe que servidores e deputados usem armas nas dependências do Poder Legislativo. A exceção é para funcionários que integram a segurança.
“A partir da próxima semana, todos os parlamentares serão revistados para garantir que nenhum porte revólver ou equipamento semelhante no Plenário desta Casa”, confirmou Adriano.
Hervázio Bezerra disse que sabe, e reconhece, o equilíbrio em dois colegas deputados, Wallber Virgolino (Patriota) e Cabo Gilberto Silva (PSL), que fazem parte das Forças de Segurança da Paraíba e possuem porte de arma. O parlamentar, porém, teme o risco durante debates acalorados no Plenário da Casa. “O deputado Wallber Virgolino é delegado fora da Assembleia. No Plenário, ele é deputado. Quero chamar atenção e reflexão para isto, com a responsabilidade que temos. Esse tema já foi tema de vários debates. Um vereador ou um deputado pode atirar. Imagina em uma troca de tapas no Congresso, se um ali está armado, ninguém sabe o seu limite”, justificou Hervázio. Para o deputado Ricardo Barbosa (PSB) ”a arma no Plenário tem que ser o verbo”
Ele concorda com os pensamentos dos colegas de partido, Adriano Galdino e Hervázio Bezerra. “Chega a ser temeroso você travar um debate mais acalorado com um colega armado. Não sabemos da reação de cada um. Esta casa é testemunha de episódios lamentáveis, que entraram para a história do Poder Legislativo. A arma, no Plenário, tem que ser o verbo”, disse Ricardo.
No entanto, houve reações contrárias à decisão de Galdino. Após o presidente confirmar que irá cumprir com rigor o Regimento Interno da Assembleia Legislativa e proibir que os parlamentares entrem armados no Plenário, o deputado estadual Wallber Virgolino (Patriota) disse que além de não cumprir a decisão, dará voz de prisão a quem tentar tirar a sua arma.
O deputado Wallber disse que tem prerrogativa para circular com uma arma de fogo e o seu direito está baseado e assegurado pela legislação brasileira.
Já o líder da oposição na Assembleia, o deputado Cabo Gilberto (União Brasil), assegurou que não entra armado no Plenário e que sua arma e o seu colete de proteção ficam guardados no seu gabinete.
“Eu tenho arma e tenho colete, mas não entro aqui no Parlamento desde que foi instituída a determinação e, mesmo que não fosse, eu não ia entrar se não os senhores já teriam visto eu armado aqui”, confirmou o parlamentar.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 23 de fevereiro de 2022