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Barrados pela Justiça, governadores entregam carta a Lula em Curitiba

publicado: 11/04/2018 11h27, última modificação: 11/04/2018 11h27
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Além de onze governadores, os senadores Roberto Requião, Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann também estiveram ontem na sede da PF - Foto: Divulgação

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Oito governadores do Nordeste e mais os governadores do Acre, do Amapá e de Minas Gerais deixaram carta manuscrita, nessa terça-feira (10), para ser entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A comitiva foi à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Eles tentaram visitar o petista, mas o pedido foi negado.

Na segunda-feira (9), o juiz Sérgio Moro proibiu a concessão de "privilégios" para Lula. Em seu despacho, o magistrado deixou claro que, fora do dia de visita – quarta-feira - apenas advogados podem ter acesso ao ex-presidente.

Na tarde de ontem, a juíza Carolina Moura Lebbos referendou a decisão de Moro e também negou o acesso da comitiva de políticos à Superintendência da Polícia Federal.

Estiveram ontem em Curitiba tentando visitar Lula os governadores Ricardo Coutinho (Paraíba), Flávio Dino (Maranhão), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Wellington Dias (Piauí), Renan Filho (Alagoas), Paulo Câmara (Pernambuco), Belivaldo Chagas (Sergipe), Tião Viana (Acre), Waldez Góez (Amapá) e Fernando Pimentel (Minas Gerais).

O deputado estadual Gervásio Maia (PSB), presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, acompanhou o governador paraibano.

A comitiva ainda tinha os senadores Roberto Requião (MDB-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ), que apesar de eleito pelo Rio é paraibano, e a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Ricardo ressalta legado de Lula

No final da manhã de ontem, já em Curitiba, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), destacou que a presença da comitiva não representava apenas solidariedade a Lula, "mas ao melhor presidente que este país já teve, e que sofre um processo que até hoje não se consegue explicar".

Para Ricardo, o petista foi condenado com a própria Justiça dizendo que não tinha provas e, "ao mesmo tempo, um país típico de corrupção com muitos corruptos com contas no exterior, com tudo aquilo que caracteriza tudo isso, e estão todos livres, e o melhor presidente que este país já teve preso, em função de processos profundamente duvidosos".

Ainda segundo o governador paraibano, Lula é indiscutivelmente um preso político e é preciso que a nação se levante, não por conta do Lula, mas por conta da preservação de um estado de direito. "É isso que chama hoje a todos os brasileiros, não é aos eleitores do Lula, o Brasil não pode ser dividido por quem vota no Lula e quem não vota", destacou. 

O socialista prega que no momento atual do país, o Brasil tem que ser dividido entre aqueles que apoiam o estado de direito como conquista da civilização e aqueles que acham que isso é simplesmente um debate que de acordo com as circunstâncias políticas isso possa ser alterado.

"A presença dos governadores aqui é espontânea, articulada em poucos instantes, mas com a profunda adesão que demonstra exatamente isso, nós queremos conversar com o presidente Lula, nós queremos mostrar a ele a solidariedade que não é a solidariedade dos políticos que governam os estados, mas sim a solidariedade do povo brasileiro", ponderou.

carta_governadores02.jpgLeia abaixo o teor da carta

Estimado presidente Lula,
Querido amigo
Em 09/04/2018

Estivemos aqui e sempre estaremos. Ao seu lado, firmes na luta.

Infelizmente, a Lei de Execução Penal não foi cumprida adequadamente e não podemos abraçá-lo pessoalmente.

Mas, por nosso intermédio, milhões de brasileiros e brasileiras estão solidários e sendo a sua voz por um Brasil justo, democrático, soberano e livre.

Lula livre!

Fortes e fraternos abraços