Jorge Rezende
Em sessão especial conjunta com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), realizada na tarde desta segunda-feira (11), a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) discutiu a importância do lançamento do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em Braile pelo Conselho de Usuários de Telefonia da Operadora TIM. Pela Câmara, a autoria da sessão foi do vereador Leo Bezerra (PSB); já pela Assembleia Legislativa, a iniciativa partiu do deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB).
A sessão, presidida pelo deputado estadual Raoni Mendes (DEM) e realizada no Plenário José Mariz, do Poder Legislativo estadual, foi prestigiada por entidades que congregam e representam deficientes auditivos e visuais; e por dirigentes e gestores de órgãos de defesa do consumidor, além da Procuradoria de Justiça do Ministério Público do Trabalho. Um dos participantes da mesa da sessão foi o ex-gestor do Procon-JP, Odon Bezerra, responsável pelo lançamento do CDC em Braile em 1999.
Na sessão também foram apresentadas outras ações de acessibilidade para deficientes audiovisuais, a exemplo do Aplicativo Giulia, desenvolvido pela TIM. “Temos que reconhecer os avanços que as empresas da iniciativa privada têm trazido para o nosso estado da Paraíba e para a nossa querida João Pessoa”, discursou o vereador Leo Bezerra. “Essas tecnologias e o CDC em Braile facilitam a vida de quem padece com a deficiência auditiva ou visual”, completou Hervázio Bezerra.
O aplicativo Giulia, na prática, promove a inclusão de surdos na sociedade. Esse aplicativo traduz a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para áudio e permite comunicação entre surdos e ouvintes. O Giulia permite que smartphones transformem os movimentos de Libras em áudio e vice-versa. O que facilita que deficientes auditivos executem tarefas do cotidiano, como ir ao médico ou ao banco.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2014 por Manuel Augusto Pinto Cardoso, da MAP Technology, quando estava em Boston, nos Estados Unidos. Lá teve o primeiro contato com uma pulseira equipada com sensores para captar os sinais dos músculos do braço e da mão. O que lhe deu a ideia de adaptar a tecnologia até chegar à criação do Aplicativo Giulia. A solução dispensa o uso de pulseiras com sensores, bastando que o smartphone seja fixado no pulso do usuário. O que foi fundamental para diminuir os custos e ter escalabilidade para o projeto.
Como ninguém gesticula de maneira igual, o aplicativo aprende com a experiência do usuário, tornando-se um “alterego virtual”. Segundo Manuel Cardoso, “quando o usuário faz o download, ele baixa a versão comum para todo mundo, mas a partir do momento que começa a treinar os sinais, o algoritmo aprende como ele gesticula”. Em cerca de uma hora, Giulia aprende como o usuário se comunica. A empresa estuda ainda salvar as configurações em nuvem para que nunca sejam perdidas.
Ainda na fase de testes, o aplicativo foi usado por algumas empresas. Como a Honda, que contratou um funcionário surdo para atuar no chão de fábrica. E a Mondial será a primeira empresa com manual de produtos eletrodomésticos com guia para deficientes auditivos no celular.