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Câmara Municipal promove debate sobre "cultura inclusiva"

publicado: 11/09/2016 00h05, última modificação: 09/09/2016 21h22
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Ricardo Peixoto defende a democratização em vez da inclusão - Foto: Divulgação

tags: câmara municipal de joão pessoa , cmjp , Sandra Marrocos , cultura , ricardo peixoto


Iluska Cavalcante
- Especial para A União

Cultura inclusiva, democratização da cultura e valorização da cultura local são alguns dos amplos temas que o meio cultural proporciona. Estes e outros assuntos serão alvo de um debate, que ocorrerá na próxima quarta-feira (14), e tem como tema a “Cultura Inclusiva”. Intermediado pela vereadora Sandra Marrocos (PSB), o debate será na Câmara Municipal de João Pessoa, com foco principal em torno de políticas públicas de incentivo e promoção à Cultura em João Pessoa.

Para Sandra Marrocos nos últimos anos as políticas públicas de incentivo à Cultura e a preservação dos bens culturais da Capital vem sofrendo um retrocesso. Ela explica que é a partir deste contexto de descaso que ocorrerá a temática da discussão. “Convidamos os agentes e consumidores culturais de nossa Capital para promover um momento de construção coletiva”, convoca a vereadora.

Cultura local

O cantor paraibano de pop rock Marcelo Vilar falou sobre a importância do incentivo à cultura local, principalmente no que diz respeito à valorização da música paraibana. “Qualquer coisa que traga um acréscimo para a sociedade, para ela se voltar para ela mesma, e olhar tanta coisa interessante, é muito boa e bem vinda”.

Mesmo defendendo a importância de a população manter-se “focada em não perder a raiz”, o cantor diz que também é importante o acesso ao conhecimento da cultura de uma forma geral.

Livre escolha

Para o fotógrafo Ricardo Peixoto a “Cultura Inclusiva” não funciona sem a democratização da cultura. O artista defende uma ideia contrária ao termo inclusão, que define como hard core. “A gente tem que parar com isso de querer incluir as pessoas, a gente tem que viver numa sociedade onde todos tenham livre acesso. E, a partir dessa escolha, poder dizer o que quer aprender, consumir, refletir ou colocar como padrão de vida”, comentou.

Na opinião do artista a inclusão não existe, “é uma necessidade que o sistema colocou hoje para dizer que está fazendo algo, mas não está fazendo nada”. Além disso, Ricardo Peixoto defende a necessidade do que ele chama de multiplicação, provocação e inquietação democrática do acesso livre à informação e ao conhecimento. “A gente está tentando incluir as pessoas, mas incluir em quê? Incluir em um seleto grupo privilegiado que vai ter acesso à arte? Não. A gente está falando de um contexto geral da população de modo geral. As pessoas precisam ser livres, sem inclusão de nada, mas com a livre escolha”, disse o artista.