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Cármen Lúcia diz que não vai ceder a pressão sobre prisão após 2ª instância

publicado: 13/03/2018 20h05, última modificação: 13/03/2018 20h44
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Carmém Lúcia reagiu a criticas da senadora Gleisi Hoffmann de que STF está inerte, dizendo que todos têm o direito de se manifestar - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Marli Moreira

Da Agência Brasil

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse nesta terça-feira (13), em São Paulo, que “não se submete a pressões”, ao ser questionada sobre a ação de políticos em relação à tramitação de processos em segunda instância. Ela deu a declaração ao participar do encontro 'Mulheres no Poder: A Questão do Gênero na Justiça Brasileira', promovido pelo jornal Folha de São Paulo. Enquanto era aplaudida, uma mulher da plateia gritou “Lula na cadeia”.

Em relação à crítica da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, de que STF está inerte em relação ao debate da prisão após condenação em segunda instância, a ministra reagiu dizendo que sempre lutou pela democracia e que todos têm o direito de se manifestar, porque, caso não pensasse dessa maneira, estaria contrariando o que sempre defendeu: a liberdade de expressão. “Lutei a minha vida inteira pela liberdade de expressão e pela democracia; não é agora que, quando sou o sujeito que recebe a crítica, que eu iria mudar”, disse. Segundo a presidente do STF, “as críticas às vezes mais contundentes, às vezes mais ácidas”, resultam dessa luta democrática.

Indulto

Sobre a decisão de segunda-feira (12) do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que restabeleceu o indulto de Natal, mas deixando de fora os condenados por corrupção, a ministra Cármem Lúcia disse que - por uma questão ética por ser parte votante no processo - não poderia se pronunciar. Do encontro desta terça-feira também participaram a ministra da Advogacia Geral da União (AGU), Grace Mendonça, e a ministra do Supremo Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha.

Elas e a ministra Cármen Lúcia disseram que o papel da mulher na sociedade avançou muito, mas que ainda carece de luta para vencer obstáculos, principalmente, no que se refere à desigualdade no mercado de trabalho.