Roger Harrabin
Da BBC Brasil
A quantidade de plástico no oceano pode triplicar em uma década a não ser que medidas sejam tomadas para conter o descarte de lixo, alerta um relatório feito para o governo britânico. Mas essa é apenas uma das questões atuais sobre mares do planeta, afirma o documento, assim como a elevação do nível das águas, seu aquecimento, outros tipos de poluição e as oportunidades econômicas desperdiçadas.
O Foresight Future of the Sea Report ('Relatório sobre previsões para o futuro do mar', em tradução livre), cuja elaboração foi liderada pelo consultor científico chefe do Reino Unido, Mark Walport, aponta haver também para oportunidades na exploração da chamada “economia do oceano”, um mercado que deve dobrar de tamanho, para US$ 3 trilhões (R$ 9,9 trilhões), até 2030. O relatório diz que ainda é preciso saber muito mais sobre os mares. O autores afirmam que o mundo precisa de uma missão ao “planeta oceano”, ou seja, ter o mesmo ânimo de explorar esse ecossistema assim como ocorre com missões à Lua e a Marte.
Escrito por especialistas com o objetivo de ajudar na tomada de decisões de ministros em questões importantes no médio e longo prazo, o documento destaca a importância de criar uma política única para os oceanos entre diferentes setores do governo britânico. Um dos autores, Edward Hill, do Centro Oceanográfico do Reino Unido, disse à BBC News: “Os oceanos são críticos para nossa economia no futuro. Nove bilhões de pessoas buscarão por mais comida nos oceanos, mas ainda sabemos muito pouco sobre o que há lá embaixo”. “Investimos muito dinheiro e esforços em missões para o espaço, mas não há nada vivo lá fora. O fundo do mar está repleto de vida. Precisamos de uma missão ao planeta oceano - esta é a última fronteira”.