A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) discutiu, na manhã de ontem, o Plano de Mobilidade Urbana da cidade e ainda ações de conscientização no trânsito. A audiência pública foi proposta pela Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Urbana e faz parte da programação do ‘Maio Amarelo’, movimento internacional voltado para a redução da mortalidade no trânsito.
De acordo com a técnica da Superintendência de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob), Sheila Freire, o Plano de Mobilidade Urbana - que abrange João Pessoa e as cidades da Região Metropolitana como Bayeux, Cabedelo e Santa Rita - foi elaborado a partir de audiências públicas, workshops e reuniões setoriais com entidades, e dividido em cinco eixos temáticos: planejamento urbano, transporte ativo envolvendo pedestres e ciclistas; transporte ativo público; sistema viário e gestão pública.
O plano vem sendo estudado há alguns anos, segundo o superintendente da Semob, Expedito Leite. “Agora, vamos encampar essa aprovação junto com a Câmara Municipal, porque ele está bem instruído, tem dados importantes, foi feito com as coletas das opiniões do povo e em outras audiências públicas”, explicou.
O presidente da Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana na CMJP, Damásio Franca (Progressistas), destacou a importância do plano e da participação da população na construção do documento. “É um projeto importantíssimo que precisa ser debatido com a sociedade e com os vereadores. Na audiência, tivemos representações das pessoas com deficiência, de coronéis, da Semob, em um debate bem proveitoso, onde moradores de algumas localidades também tiveram seu espaço para fazer solicitações. A Semob está fazendo as devidas anotações e nós, como vereadores, vamos cobrar esta execução”, garantiu o parlamentar.
Já o líder da bancada de situação na Casa, vereador Bruno Farias (Cidadania), avaliou que o documento engloba preocupações com questões essenciais para o planejamento da cidade para o futuro, como a acessibilidade nos transportes coletivos e nos passeios públicos; diminuição da poluição causada pelos gases dos veículos; ligação entre bairros; alternativas para a diminuição de fluxo de veículos, com o olhar para o pedestre; e aumento de ciclovias e ciclofaixas na cidade.
“O plano contempla uma visão de futuro, projeta um olhar pro adiante, para que gargalos que nós já testemunhamos nos dias de hoje possam ser resolvidos. A norma estabelece princípios, metas e objetivos que estejam de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana”, esclareceu Bruno Farias.
Crítica da oposição
O vereador Marcos Henriques (PT) criticou o fato da análise do Plano de Mobilidade anteceder a discussão sobre o Plano Diretor da Cidade. “Está errado! O Plano Diretor é hierarquicamente maior que o Plano de Mobilidade. E se houver incompatibilidade? É algo inviável”, avaliou o vereador.
Para ele, o documento apresentado está voltado, em sua maioria, para a mobilidade de automóveis. “A mobilidade humana inexiste. A norma não trata de acessibilidade para deficientes e não mostra que modelo de transportes coletivos a cidade de João Pessoa pretende estabelecer para o futuro”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 13 de maio de 2022