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Com mais de 200 mortos, Somália tem pior atentado de sua história

publicado: 20/10/2017 18h05, última modificação: 20/10/2017 18h33
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Civis socorrem feridos em meio aos escombros depois da explosão de caminhões-bomba, 237 já morreram - Foto: G1 Globo

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Agência ANSA

O número de mortos na explosão de dois caminhões-bomba em frente a um hotel no centro de Mogadíscio, capital da Somália, no último sábado (14), já passa de 200, o que faz deste o ataque isolado mais grave realizado no país.

Em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times, o ex-ministro de Segurança Interna Abdirizak Omar Mohamed disse que foram confirmadas 237 mortes. Já um senador entrevistado pela Associated Press fala em 231 vítimas.

Os médicos ainda lutam para salvar os cerca de 300 feridos no atentado, muitos deles queimados além da possibilidade de reconhecimento. As autoridades locais temem que o balanço da explosão continue se agravando, mas, segundo a AP, oficiais não estão autorizados a conversar com repórteres.

O ataque ocorreu em frente ao hotel Safari, que fica perto de ministérios do governo somali e em uma rua bastante movimentada de Mogadíscio. O prédio foi amplamente destruído pela explosão. “Em nossos 10 anos de experiência em primeiros socorros em Mogadíscio, nunca tínhamos visto algo assim”, diz uma mensagem postada no Twitter pelo serviço de ambulâncias da capital.

O presidente Mohamed Abdullahi Mohamed declarou três dias de luto e se juntou às milhares de pessoas que responderam aos apelos desesperados dos hospitais por doações de sangue. “Estou implorando ao povo somali para que doem”, afirmou o mandatário.

Segundo o diretor do Hospital Medina, Mohamed Yusuf, citado pela AP, o local está sobrecarregado de mortos e feridos. “Recebemos pessoas cujos membros foram arrancados pela bomba. É realmente horrível, nunca tínhamos visto algo assim”, acrescentou.

De acordo com o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, pelo menos quatro voluntários estão entre as vítimas. “O balanço pode aumentar porque ainda há muitos voluntários desaparecidos”, diz um comunicado da entidade.

“Chocado com o terrível ataque contra pessoas inocentes. Proximidade e condolências ao povo e ao governo da Somália”, escreveu no Twitter o ministro das Relações Exteriores da Itália, Angelino Alfano.

A explosão ainda não foi reivindicada, mas o governo culpa o grupo fundamentalista islâmico somali Al Shabab, que vem aumentando suas ações no centro e no sul do país nos últimos meses. A milícia está em guerra contra o Exército e os mais de 20 mil homens enviados pela União Africana, que contam com o apoio de drones dos Estados Unidos.

O atentado ocorreu dois dias depois de um encontro em Mogadíscio entre o presidente da Somália e expoentes do comando dos EUA na África. Além disso, três dias atrás, o governo perdeu dois membros de seu alto escalão, o ministro da Defesa Abdirashid Abdullahi Mohamed e o chefe das Forças Armadas Ahmed Jimale.

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