Da Agência EFE
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), ganharia as eleições presidenciais de outubro caso fosse candidato, direito que pode perder após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão em segunda instância pela Justiça Federal, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (31).
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Datafolha entre segunda e terça-feira, após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ratificar e ampliar de nove para 12 anos a pena imposta pelo juiz Sérgio Moro em primeira instância ao ex-presidente, já proclamado pré-candidato do Partido dos Trabalhadores. Segundo o Datafolha, se Lula puder ser candidato, obteria no primeiro turno entre 34% e 37% dos votos.
Os números variam em função de outros possíveis candidatos, entre os quais desponta o deputado Jair Bolsonaro (PSC), cuja intenção de voto oscila entre 16% e 18%, o que o colocaria em um eventual segundo turno. Nesse cenário, Lula obteria entre 44% e 49% e seria eleito tanto contra Bolsonaro quanto qualquer outro candidato.
Apesar do favoritismo, a candidatura de Lula pode ser impugnada pela Justiça, pois as leis eleitorais impedem expressamente que uma pessoa condenada em segunda instância se postule a qualquer cargo público, embora a defesa do ex-presidente acredite que poderá reverter a sentença antes das eleições.
De acordo com o Datafolha, se Lula finalmente não conseguir ser candidato, Bolsonaro ganharia o primeiro turno com uma votação que oscilaria entre 18% e 20%, seguido por Marina Silva (13%) e Ciro Gomes (10%). Nesse caso, tanto Marina quanto Gomes venceriam o ex-militar, que em um eventual segundo turno não obteria mais de 33% dos votos.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira é a primeira desde a condenação de Lula no TRF-4. O Datafolha entrevistou 2.826 eleitores de 174 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é dois pontos percentuais.