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Diminui diferença entre Haddad e Bolsonaro e tendência é de virada

publicado: 26/10/2018 08h21, última modificação: 26/10/2018 08h21
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Analistas acreditam que 'viés ditatorial' do candidato foi 'descoberto' pelo eleitor nessa reta final - Foto: Reprodução


Do portal Brasil 247

Os diretores do Datafolha Mauro Paulino e Alessandro Janoni afirmam que o presidenciável Jair Bolsonaro apresenta tendência de queda em quase todos os segmentos socioeconômicos e demográficos. Eles ressaltam que, apesar de cair em maior proporção entre os jovens, o deputado também desabou em estratos onde costumava ter desempenho positivo como no Sul, entre os homens, entre os mais escolarizados e, surpreendentemente, entre os mais ricos. Paulino e Janoni ainda destacam que o 'viés ditatorial' do candidato foi 'descoberto' pelo eleitor nessa reta final e que há chances consideráveis de a tendência de queda em sua candidatura se prolongar até o dia da votação.

A análise dos diretores do instituto, publicada no jornal Folha de S. Paulo, destaca que "a diminuição da diferença de Jair Bolsonaro (PSL) para Fernando Haddad (PT), de 18 para 12 pontos percentuais em curto espaço de tempo (uma semana), é acentuada em função da dicotomia que caracteriza o cálculo dos votos válidos nas disputas em segundo turno. São apenas dois candidatos —quando um ganha, o outro perde na mesma proporção".

Janoni e Paulino acrescentam: "com isso, ganha importância o contingente de eleitores sem candidato, isto é, aqueles que pretendem votar em branco, anular o voto ou se mostram ainda indecisos. A taxa (14%) é recorde para este período da disputa —em segundos turnos de eleições anteriores chegou no máximo a 10%. Caso parcela pretenda praticar voto útil, resta saber em que direção a atitude se dará".

Eles ainda lembram o estrago feito na candidatura do ex-militar pela reportagem de Patrícia Campos Mello: "a suspeita de caixa dois na contratação de serviços de WhatsApp, revelada por esta Folha, por exemplo, chegou ao conhecimento da maioria dos brasileiros, mas especialmente junto aos que mais têm recursos para consumir informação –os mais escolarizados e mais ricos, nichos dominados pelo capitão reformado desde o início da corrida presidencial".

E, finalmente, os pesquisadores apontam o autoritarismo como um elemento erosivo na campanha de olsonaro: "o outro vetor, talvez o principal, refere-se às turbulências que atingiram "a velocidade de cruzeiro" da candidatura do PSL desde a última pesquisa há sete dias –episódios que sugerem intervenções autoritárias em instituições nacionais, protagonizados por Bolsonaro, por seu filho Eduardo e aliados acabaram por corroborar a campanha do PT, que o vinha classificando de antidemocrático e violento".