As ações adotadas pelo Governo da Paraíba para enfrentar a pandemia da Covid-19 foram destacadas pelo governador João Azevêdo durante entrevista ao programa 360° da CNN Brasil, nesta segunda-feira (11). A ampliação no número de leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e a abertura do Hospital Solidário, na Região Metropolitana de João Pessoa, bem como a obrigatoriedade do uso de máscaras para conter a propagação da doença foram evidenciadas pelo chefe do Executivo estadual.
Na ocasião, o gestor também lamentou a falta de um discurso unificado e do apoio do governo federal aos Estados e municípios em meio a atual crise sanitária. “Faltou um discurso único que unificasse o país, que trouxesse esperança ao nosso povo, e liderança. Os Estados estão à mercê da própria sorte, buscando fazer a aquisição de equipamentos, com dificuldades muito grandes, com o aproveitamento por parte do mercado, elevando o preço de equipamentos e, eu espero, realmente, que encontremos uma saída para essa crise”, ponderou.
João Azevêdo reforçou a necessidade do isolamento social para evitar o colapso no sistema de saúde e afirmou que a flexibilização das medidas já adotadas pelo Governo do Estado dependerão do achatamento da curva de contaminação. “Só será possível flexibilizar quando tivermos a diminuição constante de casos, um número de leitos que ofereça garantia, principalmente, de UTI, e um score de isolamento social que justifique a medida, por isso, é importante a população permanecer em casa, pois estamos atingindo índices cada vez mais baixos. Há a necessidade de termos uma visão mais clara e consistente e precisamos de consciência coletiva, já que ainda não temos vacina, tratamento e remédios definidos para a Covid-19”, pontuouO governador defendeu uma maior rigidez no isolamento social na Grande João Pessoa, caso haja necessidade, mas considerou inviável a adoção de um ‘lockdown’, nos moldes adotados em países europeus. “Esse modelo não funcionaria no Brasil, porque seria necessário que envolvêssemos todas as forças militares, como o Exército e a Polícia Militar, enfim, toda uma estrutura que fizesse com que esse bloqueio total pudesse ser possível e sabemos que, em virtude das posições da Presidência da República e de alguns que defendem que parte da economia seja aberta, isso não vai ser possível. Na Paraíba, se for preciso endurecer, faremos isso, porque é a única forma de enfrentarmos essa situação com a coragem que o momento requer”, argumentou.
Durante a entrevista, ele ainda destacou a antecipação das ações da gestão estadual para dar as respostas à população paraibana diante do avanço da pandemia. “Desde o dia 13 de março, o Estado vem implementando medidas, criando as condições para promover o isolamento social por ser a única ferramenta que dispomos neste momento para enfrentar a doença. Implantamos hospitais de campanha, ampliamos o número de leitos de UTI, montamos um Plano de Contingenciamento, que está sendo implementado, apesar das dificuldades que enfrentamos hoje com a falta de uma coordenação nacional para ajudar Estados e municípios na aquisição de insumos e equipamentos”, acrescentou.
O debate também contou com a participação do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
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