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Fernando Catão despede-se do Tribunal de Contas do Estado

publicado: 23/10/2025 09h16, última modificação: 23/10/2025 09h16
Fernando Catão - Foto Divulgação TCE-PB.jpg

Ao completar 75 anos, conselheiro deixou o cargo público | Foto: Divulgação/TCE-PB

O conselheiro Fernando Rodrigues Catão despediu-se, oficialmente, do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), ontem, ao completar 75 anos e atingir o limite de idade permitido para o exercício do cargo público, conforme prescreve a Constituição Federal. Durante sessão ordinária, Catão recebeu a Medalha Cunha Pedrosa, a mais alta honraria concedida pela Corte de Contas, em reconhecimento à sua trajetória exemplar e às contribuições relevantes prestadas à administração pública paraibana.

Com voz firme, mas tomada pela emoção, o conselheiro fez um discurso de despedida e gratidão, relembrando seus 21 anos de dedicação ao controle externo e reafirmando a convicção de que “servir ao interesse público é um exercício diário de responsabilidade, aprendizado e compromisso com a sociedade”.

“Foram 21 anos de dedicação, de estudos, debates, decisões difíceis, sempre com um único propósito: fortalecer as instituições e zelar pelo patrimônio público do nosso povo”, afirmou o conselheiro, destacando que cada desafio vivido no Tribunal representou, também, um aprendizado e um amadurecimento pessoal e institucional.

Ao receber a Medalha Cunha Pedrosa, Catão não conteve a emoção de ver seu nome integrado ao seleto grupo de homenageados que prestaram relevantes serviços ao controle externo. “Esta medalha é motivo de grande orgulho, alegria e gratidão. Saber que, agora, passo a integrar esse grupo é uma honra que levarei para sempre”, declarou.

O conselheiro dedicou um agradecimento especial aos servidores do seu gabinete, definindo-os como uma “verdadeira família profissional”. “Foram vocês que estiveram ao meu lado nas longas jornadas de trabalho, nas horas de pressão, de estudo, de decisão. Nada do que realizamos seria possível sem o trabalho coletivo, competente e discreto dessa equipe. Meu muito, muito obrigado, do fundo do coração, a cada um de vocês”, disse, sob aplausos.

A cerimônia foi acompanhada por conselheiros, servidores, familiares e autoridades, que lotaram o auditório do TCE-PB. A procuradora do Ministério Público de Contas, Sheyla Barreto Braga de Queiroz, falou sobre a solidez moral e o rigor técnico que marcaram a carreira de Catão desde a juventude. Segundo ela, o conselheiro uniu a precisão típica de um engenheiro civil — título acadêmico de Catão — à ética do serviço público, com olhar técnico e uma lógica inconfundível.

“Durante anos, a rotina das sessões foi sincopada pelos embates acalorados — discussões intensas, porém respeitosas — acerca da ‘trena’ mais adequada para avaliar a gestão pública. Se a Judicatura de Contas pode ser interpretada como uma espécie de esgrima, Catão foi um intimorato espadachim”, exaltou.

Em nome da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o jurista Carlos Aquino avaliou que a trajetória de Catão foi marcada por ética, coragem e respeito ao próximo. “Nada foi feito por vaidade, por interesse pessoal. Tudo foi cultivado com ética, diligência e justiça”, afirmou.

Já a desembargadora Anna Carla Lopes, que representou o Tribunal de Justiça da Paraíba, lembrou que a passagem de Catão pelo TCE-PB deixou marcas profundas, consolidando a imagem de uma Corte que fiscaliza, orienta e promove a eficiência na gestão pública.

A Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) também prestou homenagem ao conselheiro. “Em nome de todos os Tribunais de Contas do Brasil, manifestamos gratidão por tantos anos de serviço exemplar e reconhecemos, nesta despedida institucional, a permanência de um legado que continuará a inspirar o Sistema de Controle Externo”, diz um trecho da carta assinada pelo presidente da entidade, Edilson Silva.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de Outubro de 2025.