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Funaro diz que pagou várias despesas a Eduardo Cunha

publicado: 30/10/2017 21h05, última modificação: 31/10/2017 21h18
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Lúcio foi interrogado em Brasília na ação penal da Operação Sépsis e disse se dispor a submeter-se a um polígrafo - Foto: Lula Marques

tags: lúcio funaro , eduardo cunha , despesas , operação sépsis


Felipe Pontes

Da Agência Brasil

O corretor de valores Lúcio Funaro afirmou nessa terça-feira (31) ter pago despesas milionárias para Eduardo Cunha (PMDB) e desafiou o deputado cassado a passar, junto com ele, por um teste em um aparelho detector de mentiras, como uma maneira de comprovar que diz a verdade perante a Justiça. Funaro, que foi interrogado em Brasília na ação penal da 'Operação Sépsis', ficou irritado com as perguntas tidas como repetitivas do advogado de Cunha, Délio Lins e Silva Júnior, e, antes de encerrar seu depoimento, disse que estava disposto a se submeter a um polígrafo, equipamento de detecção de mentiras, para repetir as acusações que fez contra o ex-deputado.

“Estou à disposição para fazer um teste de polígrafo junto com o deputado Eduardo Cunha para acabar com esse negócio de que sou mentiroso”, afirmou Funaro, com a voz elevada. Sentado de frente para seu ex-operador financeiro, Cunha se manteve calado e não esboçou reação. Nesta terça-feira, Funaro disse ter pago centenas de despesas em nome do ex-deputado ao longo dos últimos 15 anos, incluindo dez carros de luxo, entre eles uma BMW e um apartamento em São Paulo.

O ex-operador financeiro de Cunha afirmou ter como provar suas declarações. “Tenho como provar como gerei o dinheiro, como paguei, que eu paguei o advogado dele na Suíça, tenho todas essas provas. Aí eu quero ver como ele vai negar”, disse. “O deputado Eduardo Cunha alugou um flat na mesma rua que a minha para pegar dinheiro no meu escritório, levar pro flat e de lá distribuir dinheiro de propina”, acrescentou.

Após o interrogatório de Funaro, Cunha deu uma breve declaração aos jornalistas, voltando a negar todas as declarações de seu ex-operador-financeiro. “[Ele não disse] nada do que já foi falado, ele tem que sustentar a mentira dele”, afirmou. As audiências da ação penal resultante da 'Operação Sépsis' tiveram início na semana passada. Além de Funaro, já foram interrogados Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Alexandre Margotto, ex-funcionário de Funaro. Ainda deve ser ouvido o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves. Todos são réus no processo. O interrogatório de Cunha na ação está marcado para a próxima segunda-feira (6).