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síndromes respiratórias

Governo amplia leitos pediátricos

publicado: 28/05/2024 09h55, última modificação: 28/05/2024 09h55
Objetivo principal é melhorar a assistência e reduzir o número de casos entre o público infantil no estado
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Secretário Johnny Bezerra: 120 novos leitos, sendo 20 deles voltados à terapia intensiva | Foto: Roberto Guedes

por Filipe Cabral*

Com intuito de melhorar a assistência e reduzir o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre o público infantil, o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), ampliou o número de leitos pediátricos nas unidades de saúde do estado. A medida, que atende às determinações do Plano Estadual para o enfrentamento das SRAGs e do Decreto nº 45.059/24 - que declarou situação de emergência em saúde pública no estado, por 90 dias -, foi publicada no Diário Oficial de sábado (25).

Segundo o secretário estadual de Saúde, Johnny Bezerra, 120 novos leitos, sendo 20 deles voltados à terapia intensiva, serão adicionados aos 414 já ativos nas três macrorregiões de saúde da Paraíba para o atendimento das SRAGs.

As unidades hospitalares que tiveram leitos ampliados foram: Complexo Infantil Arlinda Marques, Trauma Senador Humberto Lucena, Hospital Geral de Mamanguape, Hospital Regional de Itabaiana, Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, Hospital Geral de Taperoá, Hospital Regional de Picuí, Hospital Geral de Queimadas, Infantil Noaldo Leite, Hospital Regional de Cajazeiras.

“São ações que somam ao que já vem sendo feito pela SES ao longo dos últimos meses, com o diálogo junto aos municípios, incentivando a prevenção das síndromes respiratórias por meio da vacina contra a Influenza, que está disponível para toda a população. E, com o decreto de situação de emergência, estamos realizando, de forma administrativa, outras ampliações na rede hospitalar”, explicou o secretário.

Leitos

De acordo com o secretário-executivo de Gestão de Rede de Unidades de Saúde, Patrick Almeida, os novos leitos serão abertos conforme a demanda verificada pela Central Estadual de regulação da SES.

“Se a gente perceber que a terceira macrorregião está aumentando a demanda por casos, a gente vai abrir mais leitos na terceira macrorregião. Se a gente entender que é necessário mais leitos de unidade de terapia intensiva, porque as crianças estão mais graves, esses leitos serão deslocados para tratamento intensivo”, detalhou o secretário.

“Nós temos a felicidade, agora, de a Paraíba não ter nenhuma criança na fila de espera por leito, seja de enfermaria ou de UTI, mas estamos com uma sala de situação montada aqui na SES com nossa Gerência Executiva de Vigilância em Saúde acompanhando todos os dados epidemiológicos”, acrescentou.

Plano

Ainda de acordo com Almeida, além da ampliação dos leitos, o plano de ação estadual também visa à expansão de escala multiprofissional e de especialistas para teleinterconsultas. Estes, segundo o secretário, são responsáveis por visitar os hospitais de forma virtual ao longo de uma jornada de plantão para dar suporte aos médicos e profissionais de saúde que estão “na ponta” com os pacientes.

O plano ainda prevê um programa de capacitação de profissionais de saúde no âmbito hospitalar e da atenção primária e ampliação de testagem RT-PCR (para SARS-CoV-2, Influenza A e Influenza B).

Segundo a SES, o manejo clínico das SRAGs tem sido reforçado com infectologistas, acompanhamento epidemiológico e análises, por meio do Lacen-PB, para identificação dos agentes etiológicos (causadores da doença) circulantes. O enfrentamento às SRAGs na Paraíba ainda conta com a Sala Estadual de Situação das SRAGs, um espaço físico e virtual, de inteligência, onde é monitorada a situação de saúde da população, fortalecendo a capacidade de resposta estadual e local para a tomada de decisão diante do cenário epidemiológico. Além disso, são mensalmente divulgados Boletins Epidemiológicos de Vírus Respiratórios e realizadas campanhas de vacinação para múltiplas vacinas, em especial para Covid-19 e Influenza.

SRAG

Conforme explicou Patrick Almeida, a Síndrome Respiratória Aguda Grave costuma ser identificada quando é verificada a associação da gripe comum a um “sinal de alarme”. Segundo ele, esses sinais “indicam que algum órgão não está funcionando muito bem” e podem se manifestar na respiração, digestão ou até mesmo na circulação.

“A gente chama de gripe comum aquela gripe que vem com mal-estar, febre, dor de cabeça, aquela dor no corpo, mas não passa disso. Quando você percebe que a criança está começando a respirar mais rápido, que está sentindo falta de ar para uma atividade que ela fazia normalmente, ou vomita quando você tenta dar comida, não para nada na boca, ou mesmo quando está muito pálida, com a pele fria, pegajosa, esses são alguns sinais de alarme”, explicou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 28 de maio de 2024.