O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEE) entregou, ontem, equipamentos para o ensino de robótica, com laboratórios e kits de robótica, no Colégio da Polícia Militar (CPM) Estudante Rebeca Cristina Alves Simões, localizado no Bairro Mangabeira.
A cerimônia, presidida pelo vice-governador Lucas Ribeiro, contou com a apresentação de projetos em robótica desenvolvidos pelos próprios estudantes do CPM e de estudantes da Escola Cidadã Integral Técnica (Ecit) Monsenhor Pedro Anísio, que participarão do Torneio Juvenil de Robótica, realizado no Chile.
Com um investimento de R$ 40,5 milhões, a iniciativa visa instrumentalizar todas as escolas de tempo integral do estado com laboratório e kits voltados ao ensino da robótica. O vice-governador, Lucas Ribeiro, destacou a importância em ações voltadas à modernização de equipamentos tecnológicos usados na formação dos estudantes da rede estadual de ensino.
“É uma entrega muito importante porque isso aumenta o nível de aprendizagem da nossa rede, para os nossos estudantes, e isso é importantíssimo para o futuro deles, para o futuro da educação na Paraíba. A gente fica muito feliz, estamos aqui com um investimento de mais de R$ 40 milhões em laboratórios de robótica onde teremos 100% das escolas em tempo integral com laboratório, portanto é um avanço”, destacou o vice-governador.
O secretário de Educação, Wilson Filho, enfatizou a presença dos laboratórios de robótica em todas as escolas de tempo integral do estado, assim como seu ensino proporciona a diminuição na evasão escolar. “Junto com o laboratório, vai o material pedagógico sobre robótica, que é bem inclusivo e bem importante porque trata de física, de matemática, de programação, de computação, trata de muita coisa que hoje atrai a atenção do estudante e é isto que nós precisamos fazer: deixar o estudante interessado em estar na escola para diminuir a evasão, para aumentar o seu conhecimento e os níveis de aprendizagem”, ressaltou o secretário.
Para o coordenador pedagógico de área, Lindomar Pontes, a aquisição e o uso dos kits servem para “potencializar o nosso estilo de aprendizagem, tanto na parte pedagógica como no conhecimento do aluno”. Além disso, o coordenador destacou a novidade do material didático, incluso nos kits. “Esse kit novo traz uma coisa muito boa, que é um material didático, e isso facilita muito a aprendizagem dos estudantes”, enfatizou o coordenador.
Segundo o professor de robótica, Waldeison Ferreira, a área da robótica é bastante ampla, mas um dos focos de seu ensino é estimular a participação dos estudantes na Olimpíada Brasileira de Robótica, que contou com mais de 80 equipes da rede estadual na sua última edição, realizada em 2023. O professor, explica: “Quando se fala de robótica, é muito amplo, tem muita coisa para a gente tratar, mas aqui nós trabalhamos a robótica educacional, e o que nós priorizamos é o treinamento para participar das competições, tanto estaduais como na nacional”.
A estudante Vivian Ellen, do 2o ano do Ensino Médio, comentou sobre a sua experiência com a robótica e a programação e como isso contribui na sua formação. “A minha experiência favorita é realmente programar o robô, de fazer ele funcionar, uma experiência única de você estar tendo aquela experiência de desenvolver algo seu, de mover algo que contém o seu nome. Então, para mim é sensacional fazer algo se desenvolver do zero, é incrível programar tudo do zero”, disse a aluna.
Com um investimento de R$ 40,5 milhões, a iniciativa visa instrumentalizar todas as escolas de tempo integral do estado
Paraíba é o terceiro do país em inscritos para a Olimpíada
A Paraíba é o terceiro estado do Brasil com maior número de inscritos na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), com 1.200 alunos distribuídos em 236 equipes das redes pública e privada. Os estudantes disputam as modalidades robótica artística e robótica de resgate para garantir a classificação na etapa nacional. O evento, que começou ontem e segue até amanhã, no Espaço Cultural, busca transformar a robótica em um tema acessível em sala de aula e estimular jovens a seguir as carreiras científicas e tecnológicas. A OBR é promovida pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) no estado e conta com o apoio da Prefeitura de João Pessoa e da Universidade Federal da Paraíba.
Na modalidade robótica de resgate, os robôs são programados para enfrentar cenários simulados de desastres, onde precisam atravessar terrenos desafiadores, superar obstáculos e, por fim, resgatar vítimas. A novidade deste ano é a modalidade robótica artística, que permitirá às equipes utilizar robôs de forma inovadora e interativa, criando performances que unem arte e tecnologia. Os primeiros lugares vão representar a Paraíba no estado de Goiás, na etapa nacional, de 11 a 17 de novembro.
O desenvolvimento do pensamento computacional começa na rede municipal com a Iniciativa Code e se concretiza com os programas estaduais. Para o secretário da Secties, Cláudio Furtado, a parceria com a Prefeitura de João Pessoa proporciona o desenvolvimento cognitivo dos alunos da rede pública da Paraíba. “Isso permite que os alunos tenham acesso ao letramento digital cada vez mais cedo, não só na área de tecnologia da informação (TI), como também na cultura e arte”, disse. Para a olimpíada, a Secties investiu R$ 200 mil na etapa estadual.
Segundo Furtado, os investimentos na educação têm surtido um efeito significativo na formação dos estudantes. Tanto é que alunos egressos da rede estadual vão disputar a etapa internacional de robótica no Chile.
O representante estadual da OBR na Paraíba, Fagner Ribeiro, revelou que a Paraíba tem se destacado no cenário nacional em edições anteriores. “Ano passado, a rede municipal foi terceiro lugar na modalidade dança de robô na OBR. Outro destaque é que a Paraíba é o terceiro do Brasil com maior número de inscritos”, disse.
A Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura de João Pessoa prioriza uma educação lúdica que estimule o interesse dos alunos. Segundo a secretária Maria América de Assis, a área de tecnologia atende esse propósito. “O aluno se sente motivado a aprender sobre ciência e tecnologia. Despertar esse interesse aumenta as chances desse jovem garantir a empregabilidade”, frisou.
O aluno do 3° ano da Ecit Pedro Anísio, Davi Brito, localizada no Bairro dos Ipês, pretende seguir a área de tecnologia quando concluir o Ensino Médio devido à experiência com robótica. “Eu adquiri bastante conhecimento em lógica e montagem, desenvolvendo diversas habilidades. O meu raciocínio agora é bem mais rápido”, declarou.
Participando pela primeira vez da Olimpíada, o aluno Geovani Araújo, do 7° ano da Escola Municipal Prof. Durmeval Trigueiro Mendes, desenvolveu um robô que luta capoeira com sua equipe. “Como eu praticava capoeira na escola, decidi aplicar esse conhecimento no robô. Essa área de tecnologia é muito interessante”, revelou.
OBR 2024
A etapa nacional tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e conta com o suporte da RoboCup Brasil, uma organização sem fins lucrativos, coordenada de forma voluntária por um grupo composto por cientistas e doutores na área de robótica e tecnologia das principais universidades públicas e particulares do Brasil.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de agosto de 2024.