O ex-gestor do Hospital de Trauma de Campina Grande, Dr. Jhony Bezerra, afirmou que sabe como resolver o problema da saúde pública da cidade. O cirurgião foi o quarto candidato a prefeito a ser sabatinado pela Rádio Tabajara ontem. As entrevistas realizadas pela Empresa Paraibana de Comunicação com todos os candidatos ao cargo em Campina, sorteiam eixos temáticos para os entrevistados discorrerem sobre os assuntos durante 45 minutos.
O candidato do PSB foi primeiro inquerido a respeito de seus planos para gerar emprego e renda na Rainha da Borborema, caso eleito. Segundo o Dr. Jhony, reestruturar o Distrito Industrial da cidade será uma medida prioritária. “Lamentavelmente, Campina tem perdido postos de trabalho nos últimos anos. Isso mostra que a economia da cidade está parada, Campina está com o freio de mão puxado porque falta um ambiente de negócio favorável, falta uma gestão que estimule a geração de emprego e renda. Para isso, nós precisamos de parcerias, para tornar o ambiente favorável às indústrias, por exemplo. E, aqui, eu destaco o Distrito Industrial que nunca saiu do papel, há uma dificuldade para as empresas se implantarem na cidade porque não há terrenos para elas se instalarem. Não há um incentivo, por parte da Prefeitura, para atração de negócios. A dificuldade e a burocracia têm sido outro problema importante na geração de emprego e renda. O construtor está deixando Campina para construir em João Pessoa, porque há uma burocracia imensa para conseguir um alvará de obra, por exemplo”, esclareceu.
Como proposta de melhoria desta questão, o médico mira uma transformação na Agência Municipal de Desenvolvimento (Amde). “Queremos transformar a Amde na Secretaria de Emprego e Renda, assim poderemos ter o Empreender Campina Grande, semelhante ao Empreender Paraíba, além de fomentar o pequeno empreendedor e os pequenos negócios. Queremos atrair também indústrias, através de parcerias com o Governo do Estado e com o Governo Federal, pretendemos trazer um ambiente de negócios favorável para o município”, concluiu o candidato a prefeito.
Modernização na saúde
O ex-secretário de Saúde da Paraíba respondeu, na sequência, questionamentos a respeito dos serviços de saúde, sobretudo a atenção básica. De acordo com o cirurgião, essa é uma pasta que, atualmente, encontra-se abandonada pela atual gestão municipal.
“A saúde é a principal queixa da população, hoje, no quesito ausência de políticas públicas. Temos uma atenção básica que, nada mais é, do que os postos de saúde, em que falta médico, falta enfermeiro. Em mais de 50% dos postos de saúde, faltam farmácias e, acima de tudo, medicamentos. Então, principalmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros periféricos, não tem o remédio da pressão, não tem a insulina para o diabético, falta a gaze do curativo, não tem encaminhamento para um cardiologista ou para realização de um exame, ou seja, a saúde pública de Campina Grande está, lamentavelmente, abandonada”, constatou.
Para o candidato, a resolução de tais questões deverá ser uma prioridade a ser tratada ainda nos primeiros meses da gestão, caso seja eleito prefeito de Campina. “Eu fui gestor da saúde no estado, e nós conseguimos, com um orçamento de 2,2 milhões de reais que, inclusive, foi o maior da história de Campina Grande, fazer uma administração eficiente em que as políticas públicas chegam na ponta. Atualmente, há uma deficiência na saúde, com uma atenção especial para os distritos de Galante e São José da Mata, onde as âncoras não funcionam, falta ambulância, falta tudo. Vamos estruturar a atenção primária, ampliando o horário de atendimento dos postos de saúde para as 22h, esse horário estendido também será implantado nos fins de semana, aos sábados e fazer também o que chamamos de UBS digital. Assim, um paciente que precisa de um endocrinologista, por exemplo, não precisará de um encaminhamento, ir para uma central de regulação e ficar aguardando dois ou três anos para marcar uma consulta. Ele poderá fazer essa consulta por telemedicina, na própria Unidade Básica de Saúde e depois ser acompanhado até mesmo em casa, pelo celular. Queremos facilitar a vida do usuário. Eu sei como resolver o problema da saúde em Campina, porque eu fiz uma gestão de saúde exitosa na Paraíba. São diversos projetos, desde a implantação do Hospital do Idoso até o atendimento digital. Temos compromisso com a saúde e vamos resolver os imbróglios da cidade”, comunicou o Dr. Jhony.
Ampliar o número de creches será prioridade de governo
Questionado por um ouvinte e eleitor da Rainha da Borborema a respeito dos planos para a educação da cidade, especialmente a educação infantil, o médico afirmou ser necessário fazer uma gestão que cuide das pessoas. “Temos hoje uma desassistência da educação infantil. São aproximadamente 36 mil crianças em Campina, e 10 mil precisam estar em creches, mas temos apenas 45 creches para todas elas e falta vaga em todos os bairros. Ampliar o número de creches é uma prioridade, além de estruturar as nossas escolas. Veja como está precária a estrutura de nossa educação: 95% das escolas de Campina Grande não têm biblioteca, 99% não possuem laboratórios e 74% não têm quadra de esporte. Existe uma educação totalmente desestruturada, e esse é o nosso grande desafio para que a educação seja um ambiente favorável, para que a criança que esteja na escola tenha vontade de estudar”, disse.
Além dos planos para a estrutura física das escolas de Campina, Dr. Jhony também firmou o compromisso de valorizar os docentes da cidade. “Pagarei o mesmo valor do professor efetivo ao professor prestador de serviço. O Governo do Estado mostrou que isso é viável, e faremos no munícipio de Campina Grande. Iremos valorizar o professor pagando o décimo terceiro e décimo quarto também e fazendo uma reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração do magistério. Para ter uma escola de qualidade, precisa da estrutura, mas tem que ter professor e ele tem que ganhar bem, tem que estar empolgado para dar aula”.
Parque do Povo
Replicando a pergunta de outro ouvinte, o candidato do PSB expôs planos de criar um calendário anual de fomento à cultura campinense. Para o cirurgião, é importante pensar na descentralização dos eventos em Campina Grande.
“O nosso Parque do Povo, o palanque de uma das maiores festas do Brasil, recebeu, recentemente, uma reforma de ampliação que não foi concluída. Apenas parte dela foi entregue. Mas é uma obra de R$ 40 milhões e adquirida com recursos de empréstimo. Não que não seja uma obra importante, é, e muito. Porém, não era prioridade no momento. O prefeito gasta 40 milhões através de empréstimo, mas deixa faltar o fardamento escolar dos alunos do ano letivo 2024 e já estamos em agosto. Mas a obra foi feita, agora precisamos torná-la útil e não só durante o São João. E aí eu entro na proposta de fortalecimento da cultura para que a gente possa ter um calendário anual de ações culturais, envolvendo o Parque do Povo como um museu vivo do forró. Não sendo festa todos os dias, mas sendo um espaço para que o turista possa vir não só no mês de junho. Com festivais de quadrilhas se apresentando durante o ano, com apresentações dos artistas da terra que, infelizmente, não se apresentaram no Maior São João do Mundo”, afirmou.
Por último, respondendo aos questionamentos feitos dentro do eixo temático da mobilidade urbana, Dr. Jhony se comprometeu a tirar do papel o projeto do VLT em Campina. “Esse VLT já poderia ter se tornado uma realidade, não saiu do papel por briga política. O Governo do Estado estava com o projeto pronto e simplesmente, o atual prefeito não quis parcerias e vetou o projeto. Campina não aguenta mais esse cabo de guerra. Temos o compromisso firmado de colocar o VLT em prática, integrando com o transporte rodoviário, com uma passagem única. Vamos avançar também com o Passe Livre para algumas áreas e categorias da cidade”, expôs o candidato.
Em sua conclusão, o médico destacou a importância de a população campinense ter uma gestão ousada. “O prefeito precisa acordar cedo, ser trabalhador, é nisso que temos focado. Nosso foco é o trabalho e, acima de tudo, a ousadia de fazer mais por Campina. Essa cidade precisa de uma gestão ousada, precisa sair da mesmice e ter uma administração corajosa que possa colocar a Rainha da Borborema em uma posição de protagonista, uma das maiores cidades do interior do Nordeste, uma posição de destaque no cenário nacional. É isso que estamos propondo: uma gestão diferente de tudo aquilo que já foi proposto”, finalizou.
Entrevistas
As sabatinas seguirão sendo realizadas pela Rádio Tabajara a partir da próxima segunda-feira (12). O quinto entrevistado será o professor Nelson Júnior, do PSol.
Os encontros são realizados ao vivo do Escritório de Representação do Governo da Paraíba e transmitidos ao vivo, a partir de meio-dia, no canal do YouTube da Tabajara.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 10 de agosto de 2024.