Consolidando um importante vetor de desenvolvimento para a capital, o governador João Azevêdo oficializou, na manhã de ontem, a assinatura dos contratos com as empresas que vão compor o novo Polo Têxtil de Mangabeira. O ato, realizado na Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), concretiza mais de R$ 41 milhões em investimentos para o setor e projeta a criação de milhares de oportunidades de emprego e renda na Zona Sul.
As empresas selecionadas serão beneficiadas por meio do Programa de Incentivo Locacional, que garante a cessão de áreas com preços subsidiados para fomentar novos negócios e atrair investidores. Além do aporte estrutural, o polo já nasce com indicadores robustos: a previsão é de faturamento anual de R$ 155 milhões, com geração inicial de 1.005 empregos diretos e 2.513 indiretos apenas na primeira etapa.
O governador João Azevêdo ressaltou que a implantação do polo terá início imediato e reunirá tanto indústrias quanto um espaço de comercialização voltado ao atacado e varejo, ampliando o potencial econômico do setor.
“Estamos iniciando um movimento muito importante dentro desse segmento, que é o Polo Têxtil. Já temos a possibilidade de implantação de 42 indústrias e hoje assinamos 39 contratos, garantindo um início rápido, com geração de emprego e renda — que é o que mais buscamos. Além das fábricas, vamos criar um espaço de exposição e comercialização, um pequeno shopping center para que os produtores possam vender no atacado e no varejo. Somados, os investimentos privados ultrapassam R$ 30 milhões, enquanto o Governo do Estado entra com mais de R$ 2 milhões em infraestrutura. Ao fim do projeto, chegaremos a praticamente cinco mil empregos gerados naquela área, informou.
Na ocasião, o governador anunciou também a redução de ICMS para as empresas do setor têxtil da região de João Pessoa, medida que já contempla os municípios de Campina Grande, Patos e Sousa. “Nós temos um incentivo para a indústria têxtil de Campina Grande, Patos e Sousa. E eu quero anunciar que esse projeto será ampliado para a região de João Pessoa. Vocês serão beneficiados com o pagamento de 2% de ICMS, se a venda for interna, e de 1%, se a venda for externa. Nosso governo foi ao limite do que podia fazer em termos de incentivo”, detalhou o gestor.
O vice-governador Lucas Ribeiro destacou que o novo Polo Têxtil integra um conjunto de ações estruturantes que reposicionam a Paraíba no cenário nacional de desenvolvimento.
“A Paraíba é, hoje, a Paraíba do Polo Turístico Cabo Branco, mas também a Paraíba do Polo Textil. Projetos que por muitos anos foram apenas promessas — alguns até tratados como lendas — foram resgatados por este governo e se tornaram realidade. Essa é a Paraíba que construímos juntos, com empreendedores que acreditam, geram emprego, renda e riqueza. Como disse Silvio Meira, inovação só existe se gerar nota fiscal — e é isso que buscamos: desenvolver e compartilhar essa riqueza de forma justa e humana. Hoje temos orgulho de dizer pelo Brasil afora: eu sou da Paraíba”, declarou.
O presidente da Cinep, Rômulo Polari Filho, reforçou que o modelo adotado integra empresas, instituições de ensino e entidades de apoio, criando um ambiente favorável à expansão do setor têxtil. Ele destacou que o arranjo industrial foi pensado para garantir escala, qualificação e competitividade.
“O polo reúne empresas como Sebrae, Senai, Banco do Nordeste, universidades e uma escola técnica ao lado. Essa sinergia vai garantir mão de obra qualificada, pesquisa, inovação e um desenvolvimento exponencial. Os investimentos privados chegam a cerca de R$ 40 milhões, com potencial de faturamento anual de R$ 150 milhões. Vamos gerar mais de mil empregos diretos inicialmente, podendo ultrapassar 10 mil ao longo do funcionamento do polo”, explicou.
O superintendente do Sebrae-PB, Luiz Alberto Amorim, informou que o Polo Têxtil representa a materialização de um esforço coletivo entre empreendedores, instituições e governo. Ele enfatizou o papel social e econômico das empresas do setor, destacando que o novo polo fortalece a geração de emprego, renda e qualidade de vida, ao mesmo tempo em que impulsiona o desenvolvimento sustentável do estado.
“O mais importante é ver um segmento que gera emprego, renda e riqueza não só para João Pessoa, mas para toda a Paraíba. Quando somamos vontades com um objetivo concreto, entregamos resultados — e este polo é a prova disso. Toda empresa tem, antes de tudo, uma missão social: garantir bem--estar a quem trabalha, qualidade ao consumidor e um futuro melhor para todos. Cada um contribuiu com sua parte e, quando tudo se soma, o resultado aparece de forma grandiosa”, frisou.
Apoio do setor produtivo
O presidente da Associação Paraibana da Indústria do Vestuário Têxtil (Apavest), Syrio Solano, destacou a importância da união entre Estado, empreendedores e entidades para viabilizar o projeto, que classificou como um marco para o setor. “Nosso objetivo é fortalecer o mercado local, gerar emprego, renda e manter a riqueza circulando aqui no estado. Somos muito gratos a toda a equipe envolvida e estamos prontos para retribuir esse apoio com muito trabalho”, falou.
O lojista Maxwell do Nascimento, proprietário da Euforia Sublimação e Artes, destacou o avanço histórico do polo para o mercado paraibano. “Reunir todos esses profissionais em um só lugar gera demanda, emprego e qualificação — algo essencial, porque ainda temos uma fragilidade grande na formação de mão de obra. Esse polo vem justamente para fortalecer o setor e ampliar as oportunidades para quem é daqui”, avaliou.
Os empreendimentos ocuparão os lotes industriais do Polo Têxtil e contemplam projetos de pequeno e médio porte voltados para a fabricação de roupas, moda praia, uniformes, bordados, malharia e serviços de apoio ao setor. A iniciativa fortalece toda a cadeia produtiva da confecção, estimulando a modernização do parque industrial e criando um ambiente favorável para inovação e competitividade.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de novembro de 2025.