O governador João Azevêdo assinou, ontem, em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, a aquisição das primeiras compras do Programa de Aquisição de Alimentos Estadual, na modalidade Compra com Doação Simultânea (PAA-CDS). A iniciativa busca valorizar e fortalecer a agricultura familiar, a produção sustentável e a geração de renda nas Zonas Rurais do estado, além de promover o acesso à alimentação em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Durante a cerimônia de lançamento, no Espaço Cultural, em João Pessoa, o governador assinou contratos de compra de alimentos com 32 cooperativas paraibanas. Segundo ele, o Governo do Estado investirá, ao todo, R$ 5,1 milhões nas ações do programa. A expectativa é que sejam beneficiados cerca de 2,4 mil agricultores e agricultoras em todo o estado e, aproximadamente, 50 mil paraibanos, que receberão os alimentos adquiridos pelo governo.
De acordo com João Azevêdo, o PAA “é um programa em que todos ganham”. “O agricultor sabe que vai ter quem compre seu produto e esse produto chega na mão daqueles que efetivamente precisam ter segurança alimentar. É uma cadeia em que todos se beneficiam”, avaliou.
"Nesse momento, a gente assume todos os compromissos e o desafio de entender que não é só a macaxeira e a batata. É uma cesta de qualidade"
- Pollyanna Dutra
Ainda de acordo com o governador, o PAA estadual se somará ao PAA do Governo Federal, por meio do qual, só nos últimos dois meses, cerca de 320 toneladas de alimentos produzidos pela agricultura familiar do estado foram destinados para 39 entidades cadastradas, beneficiando cerca de 52 mil famílias. Em discurso, João Azevêdo destacou que, além de garantir alimentação adequada aos que mais precisam, o programa também assegura uma vida mais digna aos trabalhadores do campo e às suas famílias.
“Nós dizemos e repetimos várias vezes que aqui, na Paraíba, o termo ‘agricultura de subsistência’ não existe. Nós não queremos ninguém aqui que simplesmente subsista. As pessoas têm que produzir, têm que melhorar sua qualidade de vida e oferecer uma vida melhor aos seus filhos. É isso que a gente quer na Paraíba”, afirmou.
A secretária de Estado do Desenvolvimento Humano, Pollyanna Dutra, ressaltou o compromisso do governo ao “assumir os riscos” e “abrir caminhos” para qualificar a produção de pequenos agricultores de cidades como Mari, São João do Rio do Peixe, Santa Rita, Itabaiana, Aparecida e Catolé do Rocha e fazer com que ela possa chegar não só às mesas de famílias em situação de vulnerabilidade social, como também às prateleiras de mercados e estabelecimentos da iniciativa privada.
“Nesse momento, a gente assume todos os compromissos e o desafio de entender que não é só a macaxeira e a batata, é uma cesta de qualidade, que vai desde o feijão a vácuo de Santa Rita ao arroz de São João do Rio do Peixe, ao mel de abelha, ao ovo e à galinha caipira da região da Borborema, aos cortes especiais de caprinos, ovinos e suínos da Ovinocoop [Cooperativa de Ovinocultores da Paraíba], às frutas, aos legumes. Tudo isso entendendo que a Paraíba é rica e o que planta dá, mas também entendendo que as pessoas precisam de alimento em quantidade e qualidade para a sua segurança alimentar e nutricional”, pontuou.
O governador assinou contratos de compra de alimentos com 32 cooperativas paraibanas
Benefícios
Aos 25 anos de idade, Andreza Cristina, foi uma das agricultoras beneficiadas pelo programa. Filha de assentados da reforma agrária na Paraíba, ela faz parte da Cooperativa de Produção Agropecuária do Assentamento Tiradentes (Cooperat) e teve a produção de macaxeira, batata-doce, e milho comprada pelo Governo do Estado por meio do PAA.
“Nós começamos a produzir no inverno já para o programa. Ao todo, nós entregamos entre três e quatro toneladas de alimentos. Esse programa é muito importante, porque a gente pode produzir com a certeza de que as nossas mercadorias serão compradas e sem a necessidade de uma parte do valor ter que ficar com o atravessador”, atentou.
O presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba (Consea-PB), Arimatéia França, comentou sobre os esforços do Governo Estadual e da sociedade organizada paraibana para combater a fome no estado.
“São muitas ações e iniciativas que o governo está acatando da sociedade e do próprio Consea. Podemos citar, por exemplo, o programa Tá na Mesa, o PAA, o PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar], o incentivo às cooperativas. Isso tudo, para a gente, é muito importante. É a organização social para que o trabalhador rural tenham condições de produzir e de efetivamente colocar comida na mesa da população das cidades”, concluiu.
Compromisso é abrir caminhos para qualificar a produção de pequenos agricultores
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 17 de outubro de 2024.