Feliphe Rojas - Especial para A União
A nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Casa Civil dividiu opiniões entre a setores da população e da classe política. Para os entrevistados pela reportagem do jornal A União, representa uma esperança para o fim da crise econômica e política que vive o País, e também pode trazer uma aproximação entre a população e o governo, que vem sofrendo com níveis recordes de desaprovação popular.
Para Estela Bezerra, deputada estadual pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Brasil vive uma crise de falta de lideranças políticas que pode ser solucionada com o retorno do ex-presidente ao cenário político. “Eu acho que foi positiva a ida de Lula para o Ministério em um gesto de humildade, porque já foi presidente, quanto de compreensão da colaboração que ele pode vir a dar em um momento onde a crise política é também uma profunda crise de lideranças políticas. Lula que tem uma habilidade de diálogo, uma capacidade de construir consensos, pode ser uma grande diferença nesse momento”, disse.
Para o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores, Paulo Marcelo, a ida de Lula para o ministério é positiva, mas não resolverá tudo de maneira milagrosa. “A ida de Lula para o ministério com certeza vai ter um impacto nacional muito grande. O Lula é uma das figuras mais expressivas da política brasileira e da esquerda hoje. E tem consciência disso, de que tem uma oposição a ele na Justiça e na Política muito grande. Para os trabalhadores, eu tenho a certeza que a maioria dos trabalhadores conscientes, estão de acordo com a ida dele para o Ministério, mas nós sindicalistas, temos ainda uma preocupação porque com este Congresso que está aí, nós não temos tanta esperança de que Lula será o salvador da pátria porque ele não faz milagres”, disse.
Para Jaldes Meneses, cientista político, a opção de Lula pelo foro privilegiado não representa privilégio, uma vez que o STF tem agido de maneira firme contra casos de corrupção recentes. “Eu acho que isso não é o principal [Lula ter foro privilegiado]. É claro que a partir de agora o processo dele corre no Supremo. Ministros, deputados e senadores têm direito ao Foro privilegiado, é algo normal”, analisa Meneses.