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Manifestantes protestam contra o impeachment da presidente Dilma

publicado: 17/08/2016 11h43, última modificação: 17/08/2016 11h43
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Militantes atacam retorno de medidas neoliberais e “entreguistas” propostas pelo governo interino do presidente Michel Temer - Foto: Marcos Russo

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Rachel Almeida
- Especial para A União
Ao som de tambores e palavras de ordem, trabalhadores, representantes sindicais e militantes protestaram ontem à tarde, no centro de João Pessoa, contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.  A ação fez parte das atividades pelo Dia Nacional de Mobilização e Luta por Garantias de Direitos e reuniu integrantes da CUT, CBT, CGB, Força Sindical, Intersindical, NCS e UGT contra a aprovação do PLP 257 e da Proposta de Emenda Constitucional - PEC 241. A concentração do movimento foi em frente ao Liceu Paraibano, escola tradicional da capital e que já foi palco de outras manifestações populares e estudantis na década de 60, quando a repressão prendeu seus principais líderes.
 
Eloisa de Souza, militante da Marcha Mundial das Mulheres da Frente Brasil Popular, afirmou que o povo brasileiro vive hoje um golpe parlamentar e judiciário, em que o presidente interino Michel Temer vira as costas para as reivindicações populares. Ela enfatizou que no cenário político brasileiro atual crescem as políticas do neoliberalismo com a volta das práticas entreguistas, e reforçou um apelo à manutenção da Democracia: “Nós entendemos que é muito difícil reverter a situação que estamos, mas vamos continuar lutando contra os retrocessos que estão em curso”, declarou.
 
O deputado estadual Anísio Maia (PT) explicou que o PLP 257 ataca os servidores públicos, impedindo a concessão de reajustes salariais e a realização de novos concursos. Além disso, busca reativar a privatização de empresas estatais nas áreas de água e saneamento, transportes, gás e portos. Já a PEC 241/2016 pretende congelar os gastos públicos por 20 anos, atingindo frontalmente a Saúde, Educação, Segurança e demais serviços públicos essenciais.
 
O deputado disse que a PEC 241 vincula os gastos públicos ao crescimento da inflação e é uma forma de garantir o pagamento de títulos da dívida pública adquiridos pelos bancos e grande capital financeiro especulativo. “Para se ter ideia do tamanho do estrago, se a PEC 241 tivesse sido aprovada há dez anos, o orçamento para a Saúde que é hoje de R$ 102 bilhões seria de apenas R$ 65 bilhões, e não teríamos serviços como o Samu, as UPAs, nem os programas das Farmácias Populares e Mais Médicos. Na Educação, o atual orçamento de R$ 103 bilhões seria de apenas de R$ 31 bilhões. Ou seja, não teríamos o Prouni, a expansão das universidades e institutos federais, nem o Programa Caminhos da Escola que atende as cidades do interior transportando estudantes, entre outras importantes iniciativas”, afirmou.
 
O secretário da CUT, Paulo Tavares da Silva, comentou sobre a importância das mobilizações como a de ontem para que a população possa mostrar a insatisfação com a situação política do país e com as mudanças feitas pelo governo interino de Michel Temer. Ele disse que o projeto popular que dava garantias ao povo com programas como o Bolsa Família, Ciência sem Fronteiras e outras políticas públicas, deveriam continuar. Leia mais sobre protestos em outras cidades na página 14.