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Médica brasileira assume a diretoria da OMS em Genebra

publicado: 01/11/2017 21h05, última modificação: 01/11/2017 21h17
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Mariângela Simão é a primeira diretora-geral-assistente para Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da organização - Foto: Divulgação

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Da ONU News

A médica brasileira Mariângela Simão tomou posse nessa quarta-feira (1º), em Genebra (Suíça), como a primeira diretora-geral-assistente para Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela chega à OMS após vários anos de experiência no Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), em Genebra, e no Ministério da Saúde do Brasil. A informação é da ONU News.

A nova diretora afirma que o acesso universal à saúde criado pelo Brasil e outras nações serve como inspiração para novas políticas de acesso a medicamentos contra doenças. Segundo ela, a OMS aprendeu várias lições positivas com os programas de acesso a tratamento antirretrovirais contra HIV/Aids. Para Mariângela Simão, que tem 30 anos de experiência na área de saúde e políticas públicas, o sucesso de programas contra o HIV/Aids deve ser uma fonte de inspiração para tornar medicamentos contra outras doenças também acessíveis a quem precisa.

“Eu diria que a gente aprendeu muitas lições, como o acesso como direito, uma maior transparência nos preços, em ter ajuda internacional para compra de medicamentos. Apesar de o problema da Aids não ter sido resolvido na sua totalidade, ele está caminhando na direção certa. Isso a gente não vê, por exemplo, com as doenças que a gente chama de crônico-degenerativas. A gente não vê o mesmo acontecendo com medicamentos essenciais, como por exemplo, para pressão alta e para outra grande causa da mortalidade, que são os diferentes tipos de câncer”.

Mariângela Simão defende também o aumento de mais medicamentos genéricos no mercado. Segundo ela, a competição é útil. A nova diretora-geral-assistente afirmou que trabalhará de perto com os governos e parceiros dos países de língua portuguesa, especialmente na relação de qualidade dos medicamentos.

Paridade de gênero

A médica brasileira integrará uma equipe de liderança da Organização Mundial da Saúde que tem 60% de mulheres, uma taxa que ultrapassa as metas de paridade de gênero promovidas pela própria organização. Ela elogiou a decisão do diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, de nomear mais mulheres para os postos de liderança, e disse que a medida é justa e acertada. “É um avanço. E o secretário-geral, António Guterres, um companheiro dos países de língua portuguesa, tem colocado isso como uma prioridade para o sistema ONU. Você não pode só pregar a paridade para os outros. Você também tem que aplicar internamente. Porque você tem uma força de trabalho grandemente feminina. Então, nós esperamos fazer a diferença,” disse.