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Movimentos sociais elogiam projeto que libera Parlatório da ALPB

publicado: 13/02/2017 21h05, última modificação: 14/02/2017 06h47
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O projeto pretende disponibilizar o Parlatório da Casa para uso dos cidadãos e dos movimentos sociais, durante manifestações - Foto: Evandro Pereira

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Jadson Falcão - Especial para A União

O projeto “Parlatório do Povo”, idealizado pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Gervásio Maia (PSB), - que pretende disponibilizar o Parlatório da Casa Epitácio Pessoa para uso dos cidadãos e dos movimentos sociais, durante manifestações - tem sido recebido de forma positiva pelas entidades da sociedade civil e por defensores da história paraibana.

A medida, de acordo com o presidente Gervásio Maia, tem o intuito de garantir que o acesso ao Parlatório Deputado Tota Agra aconteça de forma democrática, sendo possível utilizá-lo para se manifestar sobre qualquer assunto.

“Aqueles que sempre utilizam a Praça dos Três Poderes para, de forma democrática, defender os interesses da coletividade, vão poder utilizar o Parlatório para reivindicar e defender aquilo que é bom para a Paraíba”, destacou o deputado.

Para o jornalista e escritor Wills Leal, a iniciativa de Gervásio Maia é importantíssima e garante o acesso da população ao local que lhe pertence Para o jornalista e escritor Wills Leal, a iniciativa de Gervásio Maia é “importantíssima” e garante o acesso da população ao local que, por direito, lhe pertence. “A Assembleia é o espaço do povo e eu acho que isso está de acordo com o que todos queremos, que é a preservação e a manutenção da Praça João Pessoa como a Praça dos Três Poderes, a Praça do Povo”, afirmou.

De acordo com ele, a tribuna foi palco de grandes eventos, como importantes comícios políticos. Wills relembrou o pronunciamento feito no Parlatório pelo escritor José Américo de Almeida, durante a inauguração do atual prédio da Assembleia Legislativa da Paraíba.

“José Américo falou lá, durante a inauguração, e, à época, não existia aquela cerca que fica ao redor da Assembleia. A tribuna, então, era muito destacada, pois ficava praticamente dentro da rua”, recordou.

Segundo o jornalista, o Parlatório da ALPB foi construído em 1973, juntamente com o atual prédio, e projetado pelo arquiteto paraibano Tertuliano Dionísio, durante a gestão da Mesa Diretora presidida pelo deputado Jonas Leite Chaves. O governador à época era Ernani Sátyro.

Leal elogiou outra decisão do presidente Gervásio Maia, que optou, após campanha realizada por diversas entidades paraibanas, pela não retirada da Assembleia Legislativa da Praça dos Três Poderes, localizada no Centro da capital.

“Entregamos um manifesto ao antigo presidente, Adriano Galdino, e felizmente isso deu um resultado positivo e todo o mundo foi solidário a nossa causa. Nos sentimos muito satisfeitos com a determinação de Gervásio Maia”, explicou.

Movimentos sociais apoiam Na opinião do diretor da Central Única dos Trabalhadores na Paraíba (CUT-PB), Paulo Marcelo, a ideia é benéfica e proporciona  espaço aos movimentos sociais

Para o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Paraíba, Paulo Marcelo, a ideia é benéfica por proporcionar, aos movimentos sociais, a oportunidade de ter um espaço para a reivindicação de forma democrática.

“O local para se pronunciar é bastante interessante, pois as entidades sempre cobraram dos órgãos públicos mais espaço para levar os seus argumentos. Eu soube dessa proposta pela mídia, e eu acho que ali é um espaço muito importante onde, não somente a CUT, mas dezenas de outras entidades, poderão expressar seus sentimentos sobre qualquer assunto”, afirmou.

Ele observou que a Praça dos Três Poderes é um local simbólico para a cidade, onde já aconteceram e ainda acontecem diversas manifestações sociais. “E é por isso que essa medida é tão importante para todos da sociedade civil”, completou.

Na opinião do coordenador político do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra na Paraíba (MST-PB), Maxwell da Silva, a Casa de Epitácio Pessoa pertence às pessoas e a ideia de seu presidente é oportuna, por colocar o fato em prática.

“Eu acho que esse é um ato de reconhecimento de que ali é, de fato, a casa do povo. Muitas vezes, no entanto, somos barrados para participar dos processos de discussão, e outras vezes nos são negadas audiências públicas quando queremos debater matérias que são de supra interesse da população. Acredito que não só o espaço externo, mas também o plenário, e todo o prédio, devem se tornar lugares que o povo possa ocupar”, afirmou.

Frei Damião e Luiz Gonzaga

O ex-deputado Ramalho Leite afirmou que o projeto põe em prática a democracia e evita o acontecimento de confusões na Casa

O jornalista e ex-deputado da Paraíba, Ramalho Leite, relembrou alguns episódios em que o Parlatório da Assembleia foi palco de acontecimentos importantes, ainda na década de 70.
O primeiro episódio destacado por Ramalho foi a utilização da tribuna da Praça dos Três Poderes pelos chamados “deputados rebeldes” - como Manoel Gaudêncio, Edvaldo Mota e José Lacerda - na campanha política disputada entre Antônio Mariz e Tarcísio Burity, em 1978.

“Enquanto a convenção se desenrolava no plenário, nós ocupamos aquele Parlatório com o microfone porque a praça estava lotada de gente”, recordou.

Outra ocasião relembrada pelo ex-deputado foi o momento em que Frei Damião se dirigiu ao local para abençoar a multidão de pessoenses que por ele aguardava.

“Ele veio à Assembleia para receber o título de cidadão paraibano, no ano de 1974, e depois da sessão, compareceu ao Parlatório para dar uma bênção às pessoas, realizando também uma fala para a multidão presente”, afirmou.

Ramalho Leite recordou ainda o pequeno show realizado, em 1979, pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, na ocasião em que veio ao Estado receber o título de cidadão paraibano, proposto pelo ex-parlamentar.

“Depois da sessão ele deu uma ‘canja’ para o público, fazendo um rápido show para os presentes. Havia muita gente na frente da Assembleia e tudo isso aconteceu durante a noite. Foi só ele e a sanfona, e ele deu um show”, relembrou.

Para Leite, a ideia do presidente da Assembleia põe em prática a democracia e evita o acontecimento de confusões no plenário da Casa. Ele enfatizou que o projeto deve impedir a ocupação da escadaria do prédio, o que atrapalha a entrada de pessoas no local.