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Paraíba pronta para investimentos

publicado: 02/01/2024 13h56, última modificação: 02/01/2024 13h56
Equilíbrio fiscal garante recursos para execução de obras em rodovias, adutoras, pontes, educação e saúde
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Projetos, como a ponte que vai ligar Cabedelo a Santa Rita e Lucena, finalmente sairão do papel graças à gestão eficiente da Paraíba - Imagem: Divulgação

por Juliana Teixeira*

No último evento administrativo do ano, dia 26 de dezembro, o governador João Azevêdo (PSB) 2023 anunciou que fará um balanço das obras e ações realizadas pela gestão em 2023, no dia 4 de janeiro. Antes disso, reforçou, durante entrevista a jornalistas, que deve terminar o ano com a “Paraíba organizada nas finanças públicas com muito investimentos”. Somente em dezembro, apontou para R$ 1,4 bilhão de reais destinados à execução de obras, abertura de licitações e a manutenção de programas.

“Esse ano foi extremamente importante para a Paraíba, R$ 2,5 bilhões em programas de rodovias, mais de mil quilômetros em adutoras, com a proteção aos vulneráveis com a destinação de 1,3 milhão de refeições a preço de R$1 real, rompendo a barreira da média e alta complexidade para o interior do estado, duas UTIs aéreas e o programa Opera Paraíba e o Coração Paraibano”, avaliou em entrevista. O gestor já tratou de adiantar que vai fechar em 2024, uma grande rede de assistência médica e à saúde, com a construção do hospital da Mulher e o hospital de Clínicas de Campina Grande e até com o envio de um acelerador linear para a cidade de Patos”, disse.

Mas para além das questões administrativas, especialistas avaliam que 2023 foi importante para retomada da relação político-administrativa com o Governo Federal e para o fortalecimento das instituições democráticas na Paraíba.

O Jornal  A União convidou cientistas políticos para avaliarem este primeiro ano do segundo mandato do governador da Paraíba, João Azevêdo. Para essas considerações, trazemos o professor titular do Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o cientista político Gonzaga Junior.

Uma das questões unânimes entre os especialistas é que o governador João Azevêdo termina esse 2023, com uma relação política equilibrada com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), o que terminou por garantir uma governabilidade interessante. Outro fator relevante foi a estabilidade entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

“O protagonismo do executivo em harmonizar ações sociais com uma boa relação com os demais poderes marcou o ano, pois não se registrou turbulências entre o governo estadual e as outras duas esferas. E isso é bom para o atendimento das demandas da sociedade, principalmente dos setores mais vulneráveis”, apontou Lúcio Flávio Vasconcelos.

João Azevêdo destacou com frequência o equilíbrio fiscal conquistado, mesmo diante da crise dos últimos anos, e ainda um certo distanciamento com o Governo Federal, após quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, defensor da extrema direita no Brasil. O chefe do executivo estadual ressaltou em seus discursos por diversas vezes, os investimentos em obras estruturantes que têm conseguido impulsionar a economia e gerado emprego e renda. Destacou entre obras e condições importantes recentemente a dragagem do Porto de Cabedelo, a construção o Centro de Convenções de Campina Grande, o pólo Turístico do Cabo Branco, o complexo rodoviário Cabedelo-Santa Rita-Lucena, com a pujante capacidade de investimento e da nossa gestão fiscal, reconhecida pelo Tesouro Nacional com o rating A.

Mais importante personagem político da Paraíba

Em 2023, João Azevêdo ganha, enquanto governador e presidente do Consórcio Nordeste, com a reaproximação com o Governo Federal, a partir da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, integrante do mesmo espectro político, para o qual também fez campanha na eleição de 2022. A chegada do novo governo colocou a Paraíba em destaque com a conquista de orçamentos para grandes obras, como a triplicação da BR-230, investimentos em Campina Grande, com obras de mobilidade urbana, em João Pessoa.

O cientista político Gonzaga Júnior aponta para essa aproximação com o Governo Federal como um dos pontos que mais fortalecem a administração de Azevêdo.

“É importante observar também na área da saúde, o Hospital do Câncer e outras obras dadas a partir da aproximação com o Governo Federal, com essa aproximação administrativa e política com o governo federal. E por conseguinte, a relação próxima com os prefeitos, o que tem garantido uma articulação política mais consolidada no estado. Tem conseguido entregar obras e programas que tem equilibrado o jogo. Sem ousar em grandes questões, mas tem feito uma política básica eficiente e equilibrada que garante sua governabilidade. Uma boa articulação consolidada no estado e tem conseguido entregar obras e iniciar programas que tem trazido pontos fortes à administração. Tem feito uma política básica, suficiente e equilibrada”, opina Gonzaga.

Lúcio Flávio faz questão de voltar um pouco no tempo e ainda observar a atuação de Azevêdo durante a gestão da Pandemia da Covid-19, destacando que o pulso firme do gestor deu a ele gabarito para figurar como a mais importante persona da política na Paraíba.

“A sua condução firme e ativa durante a pandemia em defesa da vida e pautado em princípios científicos o credenciaram para disputar um segundo mandato. João Azevêdo enfrentou forças da extrema direita em 2022 que reproduziram, no estado da Paraíba, a polarização que dominou o cenário nacional. Mesmo assim, conseguiu se reeleger e manteve, nesse segundo mandato, os mesmos princípios que nortearam o seu primeiro mandato: serenidade com os demais poderes e investimentos nas áreas sociais”, avalia ainda colocando os bons resultados do  Orçamento Democrático, que tem se mostrado eficaz em ouvir a população e encaminhar as demandas, dentro dos parâmetros orçamentários.

Ação com ALPB garante gestão e governabilidade

Uma política próxima e equilibrada com a ALPB trouxe segundo os especialistas o traço da governabilidade para a atual gestão, com a aprovação de matérias interessantes para o governo, uma vez que tem-se maioria ampla no parlamento.  “Creio que os pontos fortes, no âmbito político, sejam o bom diálogo com os setores públicos e apaziguamento de conflitos com a Assembleia Legislativa, além de manter o relacionamento respeitoso com os movimentos sociais. Além disso, a boa relação com o judiciário e aprovação nos tribunais de contas.”

Em suas análises, os especialistas não apontam fragilidades, mas consideram a necessidade de mais ousadia na atual gestão estadual, quando se pensa em um projeto de futuro, apontando quais os desafios para os próximos 30, 50 anos.

Gonzaga Júnior destaca problemas hídricos do Semiárido paraibano, que ocupa pelo menos 80% do território paraibano. Problemas que segundo ele, vão além das grandes construções, mas que necessitam de programas de convivência com a seca, na assistência técnica, a questão das indústrias, para a instalação das agroindústrias, micro indústrias, ainda é necessário a apresentação de projetos que olhem para um futuro mais prolongado.

Recentemente, o parlamento paraibano trouxe uma contribuição nesta temática e o governador João Azevêdo terminou por sancionar um conjunto de diretrizes sobre a política estadual de educação contextualizada para a convivência com o Semiárido nas escolas da rede pública estadual de ensino da Paraíba.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 31 de dezembro de 2023.