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Rússia pede garantias para apoiar trégua humanitária em região síria

publicado: 23/02/2018 22h05, última modificação: 23/02/2018 22h07
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A região de Ghouta Oriental tem sido alvo de pesados ataques do regime sírio, matando dezenas de pessoas - Foto: Bassam Khabieh/Reuters

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Da Agência EFE

A Rússia disse que está disposta a aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para estabelecer uma trégua humanitária em Ghouta Oriental, região controlada por rebeldes na periferia de Damasco, capital da Síria, se existirem garantias de seu cumprimento, declarou nesta sexta-feira (23) o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. A informação é da EFE. “Onde estão as garantias que os grupos armados vão respeitar esta trégua humanitária? E onde estão as garantias de que eles não vão continuar bombardeando os bairros residenciais de Damasco? Essas garantias não foram dadas”, afirmou Lavrov durante uma entrevista coletiva em Moscou ao lado do chanceler do Uzbequistão.

Desde quinta-feira (22), o Conselho de Segurança da ONU examina emendas propostas pela Rússia a um projeto de resolução, apresentado pela Suécia e pelo Kuwait, visando o estabelecimento de uma trégua e um cessar-fogo de um mês em toda a Síria. “Para que a resolução seja efetiva, estamos dispostos a pactuar o texto, que será assim: nós propomos uma fórmula que garanta que a trégua seja real e baseada nas garantias para todos os que estão dentro e fora de Ghouta Oriental”, afirmou Lavro. O titular de Relações Exteriores da Rússia disse que a Frente al Nusra - antigo braço da Al Qaeda na Síria - é o principal problema em Ghouta Oriental e afirmou que os “terroristas” utilizam civis como escudos humanos para que o governo sírio e seus aliados sejam acusados de violação do direito internacional.

“Certamente esta não é a primeira vez na história do conflito sírio que a Frente al Nusra, de uma ou de outra maneira, se posiciona do lado dos críticos e opositores do governo sírio”, disse Lavrov. A Rússia, que culpa os “terroristas” e os países que os apoiam pela situação em Ghouta Oriental, impediu na noite de quinta-feira (22) a votação da resolução no Conselho de Segurança da ONU para estabelecer na Síria uma trégua humanitária e deu a entender que vetaria a medida.

A proposta da ONU também reivindica a suspensão dos ataques sobre várias áreas, incluído o reduto rebelde de Ghouta Oriental, que é alvo de uma dura ofensiva do regime sírio, que já teria causado mais de 400 mortes desde o domingo (18). O Kremlin rejeitou as acusações dos países ocidentais sobre a suposta participação da Rússia nos ataques e bombardeios contra Ghouta Oriental. “A situação lá é responsabilidade daqueles que apoiam os terroristas que continuam presentes ali. E, como vocês sabem, nem a Rússia, nem a Síria, nem o Irã estão nessa categoria”, disse nesta sexta-feira Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin.