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Vereador aponta precariedade e dívida de R$ 3 milhões no Trauminha

publicado: 10/06/2016 00h05, última modificação: 09/06/2016 21h01
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Parlamentares apontam diversas irregularidades nas práticas médicas, precariedade na estrutura e falta de insumos - Foto: Evandro Pereira

tags: trauminha , ortotrauma de mangabeira


O vereador Bruno Farias (PPS) criticou o que chamou de situação precária no Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio Burity, o Ortotrauma ou Trauminha de Mangabeira. O parlamentar visitou a unidade, na última quarta-feira (8), com Fuba (PT) e Renato Martins (PSB), e revelou o comentário de um dos médicos do hospital, que não foi identificado, apontando uma dívida de R$ 3 milhões com a empresa que fornece material ortopédico, estrutura precária, falta de insumos, entre outros problemas.

O assunto permeou o discurso de Bruno Farias durante a sessão ordinária dessa quinta-feira (9), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O parlamentar lembrou que, entre março e abril deste ano, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) detectou diversas irregularidades no Ortotrauma e assinalou um prazo de 30 dias para que a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) pudesse sanar as falhas, sob pena de promover uma intervenção ética na unidade.

Segundo explicação de Bruno Farias, intervenção ética é o termo utilizado para dizer que determinada instituição de Saúde não tem mais condições para que o serviço médico seja realizado. “Em 7 de maio, 30 dias depois do prazo estipulado pelo CRM-PB, a PMJP pediu prorrogação do período até o início de junho. Agora, pediu mais uma dilatação. Infelizmente, tenho que, lamentando, dizer que o CRM-PB pode conceder quantos prazos forem solicitados, que a situação não vai ser resolvida”, comentou Bruno Farias.

Ao exibir fotos da visita realizada, Bruno Farias disse que a Saúde não é prioridade para esta Gestão Municipal. As imagens exibidas pelo vereador revelaram infiltrações, falta de higiene, problemas na estrutura física dos ambientes, como no teto e em paredes, tomadas de energia elétrica quebradas, ralo com esgoto aberto em pleno bloco cirúrgico, portas quebradas, entre outros.

Relato de um médico

O vereador Bruno Farias ainda leu a mensagem de um dos médicos do Ortotrauma, que procurou o parlamentar em apelo para que haja intervenção na unidade. A pedido do profissional, sua identidade não foi revelada.

“O discurso aqui dentro é dizer que há uma superdemanda. Não é verdade. Não há material para operarmos e dar rotatividade aos leitos. Os pacientes ficam até 60 dias esperando por cirurgias. A dívida com a empresa que fornece material ortopédico chega a R$ 3 milhões”, leu Bruno Farias, segundo a mensagem do médico.

“Estamos o tempo todo improvisando. Não imaginamos jamais, quando levamos nossos amigos e parentes ao Hospital, que a instituição se utilize de meios que não são ideais, que a entidade pratica algo parecido com medicina”, relatou Bruno Farias, ainda em relação ao discurso do médico do Trauminha.

Dia seguinte

Em contrapartida, o vereador Bira (PSD) usou seu pronunciamento para avisar que, na próxima semana, vai expor na CMJP dados de uma visita recente que realizou no Trauminha, um dia após a ida dos oposicionistas. “Fiz questão de ir em todos os pontos que a oposição visitou. Trarei meus dados”, observou.