Wellington Sérgio
Em tarde de muita expectativa da população, a Câmara Municipal de Bayeux acatou por unanimidade (16 votos), nessa segunda (17), o processo apresentado pelo vereador Adriano Martins (PMDB) para cassar o mandato do prefeito afastado, Berg Lima (Podemos). O presidente da Câmara, Mauri Batista da Silva, mais conhecido como Noquinha, só teria direito a voto em caso de empate. A partir do recebimento do pedido foi formada uma comissão especial, composta por Roni Peterson de Andrade de Alencar (PMN), que será o presidente, além de José Eraldo Barbosa da Cunha (PSB) e José Figueiredo Martins Neto (PSD).
Os integrantes terão um prazo de 90 dias para apresentar o parecer sobre as denúncias contra o prefeito afastado. Caso o parecer seja favorável o plenário decidirá sobre o futuro de Berg Lima. Dentro e fora da Câmara muita agitação de grupos que foram favoráveis ao pedido do vereador peemedebista e pessoas que são contra. Dois carros de som foram colocados para a discussão dos grupos, no acirramento e gritos “fora Berg”. Na galeria a pressão de pessoas que ovacionavam os vereadores que diziam “sim” pelo processo aprovado.
Satisfeito e confiante pela cassação do ex-prefeito, o vereador Adriano Martins ressaltou que já esperava a receptividade dos colegas, com relação ao processo. Segundo ele, o povo de Bayeux veio em massa para pressionar e mostrar a indignação de todos que fazem o município. “É o clamor das pessoas que desejam justiça contra tudo o que aconteceu e que envergonhou os moradores da cidade. Foi uma resposta para dar um fim a todos que querem fazer política enganando a população com corrupção”, disse Adriano.
O ex-líder da bancada de situação de Berg Lima, o vereador Roberto da Silva (Podemos) acatou a decisão dos colegas por entender que a justiça tem que apurar os fatos, mas deseja que o acusado tenha condições de se defender. “No regime democrático os acusados tem o direito de defesa. Votei pela apuração e confiando que a justiça pode fazer a sua parte”, observou. O vice, Luiz Antonio (PSDB) foi empossado na semana passada pelo Legislativo.
A aposentada Roberta Etelvina dos Santos estava desde cedo da tarde aguardando a votação e ficou satisfeita com o resultado. “A acusação é muito grave e se torna caso de polícia para quem prometeu um governo diferente. Não vejo condições para que Berg volte ao cargo por tudo que aconteceu. Temos que afastar os corruptos da política”, avaliou.
Berg Lima foi preso no último dia 5, em ação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), juntamente com a Polícia Civil. Ele permanece preso no 5º Batalhão de Polícia Militar, no Valentina Figueiredo. Toda a apuração foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público da Paraíba. Na ocasião, o prefeito afastado foi flagrado extorquindo o empresário fornecedor da prefeitura, no valor de R$ 4 mil. Já o advogado de Berg Lima, Shayner Asfora, protocolou na última terça-feira um pedido de habeas corpus em favor do gestor no Superior Tribunal de Justiça (STJ).