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Viaduto está quase 60% concluído e ministério ainda retém verba da PB

publicado: 14/06/2016 09h16, última modificação: 14/06/2016 09h16
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Para que a obra não sofresse atraso, o Estado pagou um adiantamento no valor de R$ 2,2 milhões - Foto: Edson Matos


As obras do viaduto Eduardo Campos, popularmente conhecido como viaduto do Geisel, já beiram os 60% de conclusão, é o que atesta a gestora da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), Simone
Guimarães. A afirmação da superintendente contraria a versão do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-CE) que, mais uma vez, disse que a obra estava com apenas 22,9% de execução. Simone disse que faltam apenas R$ 2,94 milhões para que o Estado cubra todo o valor que lhe é devido, que a Paraíba efetuou o pagamento de um adiantamento para não comprometer o cronograma das obras e que, a partir de agora, depende dos recursos do Governo federal para novas medições.

A diretora-superintendente da Suplan explicou ainda que até o momento foram medidos e atestados 19 boletins de medição, o que corresponde ao valor de R$ 23.105.363, que equivalem a 59,35% da obra concluída.

"Não existe [ a obra estar com 22,9%]. Se eu for colocar a data de hoje já estamos com mais de 60% da obra executada. Se colocarmos os serviços que estão em execução e recém-concluídos até o dia de hoje, esse percentual já vai para mais 62%, e se colocarmos o fim do mês chegará a 68% ou mais, dependerá do tempo que tem nos ajudado nesta última semana. A obra está viva, está andando, o Governo do Estado está bancando ela. Tem as medições que foram pagas, isso é fato. Se você for no Portal da Transparência, vê tudo", comentou.

Ontem, durante o programa ‘fala, Governador’, transmitido pela Rádio Tabajara, o governador Ricardo Coutinho disse nunca ter visto nada parecido na história republicana como essa atitude do ministro Bruno Araújo. Ricardo disse também que iria buscar, se preciso fosse, na Justiça, os recursos que pertencem ao Estado, e ressaltou que a obra é numa rodovia federal e o Estado está custeando mais da metade do valor total. “Então como pode o ministro falar em privilégios? Que privilégio é esse onde o Estado paga mais da metade de uma obra grandiosa como essa?”, questionou o governador.

Simone Guimarães esclarece que foi pago um adiantamento para que o cronograma da obra não atrasasse. “Tínhamos a obrigação de pagar uma contrapartida de acordo com cada medição atestada pela Caixa, o que garantiria a vinda dos recursos de maneira parcelada, porém, como esses recursos não vieram, o Governo do Estado autorizou um adiantamento no valor total da contrapartida de toda obra no valor de R$ 2,2 milhões, valor esse pago em sua totalidade para que a obra não sofresse atrasos que comprometessem seu cronograma. Logo, além dos 17 milhões que nos cabe, pagamos mais R$ 2,2 milhões em contrapartida (dentro dos R$ 14 milhões já pagos)", afirmou.  

De acordo com Simone Guimarães, a partir de agora, a Paraíba depende do governo federal para que a obra continue, uma vez que apenas 1,65% do que foi definido no contrato foi repassado pelo Ministério das Cidades, uma quantia de R$ 236 mil. “Enviei uma medição agora no valor de R$ 1,35 milhões e saliento que nosso saldo para a obra ficará R$ 2,94 milhões. Portanto todas as nossas medições de agora em diante dependem exclusivamente do dinheiro do governo federal”, finalizou.

Ministro usa informações falsas
Em nova nota, divulgada na tarde de ontem (13), o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), disse que o viaduto do Geisel é uma prioridade e que os recursos serão repassados conforme a obra for avançando. Mais uma vez, ele disse que apenas 22,9% da obra estaria executada. Ele afirmou que a decisão de retirar os R$ 17,8 milhões foi “no sentido de garantir maior eficiência”.

“A prática mais eficaz da administração é liberar os recursos na medida em que as etapas de construção são terminadas. É a melhor maneira de evitar desperdícios e proteger o contribuinte. É o que pretendemos fazer com rigor. Além do que, dia 3 de junho, em entrevistas ao vivo na Paraíba, ouvindo as demandas dos senadores paraibanos, anunciamos que os pagamentos seriam feitos na medida em que as obras forem executadas”.  Na semana passada, o ministro publicou nota dizendo que a Paraíba buscava “tratamento privilegiado”.

Ontem, em entrevista ao portal ParaibaJa, o senador Cássio Cunha Lima saiu em defesa do ministro Bruno Araújo sobre a retirada de verbas federais já destinadas à Paraíba. Mesmo com o risco de causar atraso na obra, o senador tucano justificou a manobra do seu colega de partido no bloqueio dos recursos e devolução parcial. Também ontem, após a investida do Governo do Estado, que não mediu esforços para defender os interesses da Paraíba e dos paraibanos, o Ministério das Cidades depositou de volta R$ 3.835.263,88 dos R$ 17,8 milhões retirados.