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Vice-prefeito de Bayeux assume gestão da cidade

publicado: 07/07/2017 00h05, última modificação: 07/07/2017 08h21
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O prefeito interino afirmou que abrirá as portas da prefeitura para as investigações do Tribunal de Contas e do Ministério Público - Foto: Marcos Russo

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Wellington Sérgio

A Câmara Municipal de Bayeux empossou nessa quinta (6), em sessão solene, Luiz Antônio de Miranda (PSDB), como novo prefeito do município. O ex-vice-prefeito substituiu Gutemberg de Lima Davi, que estava como prefeito, acusado de crime por corrupção passiva, por extorquir um empresário fornecedor da prefeitura na última quarta-feira (5), que gravou o recebimento do dinheiro. Nos braços do povo, Luiz Antônio chegou saudado por pessoas que lotavam as dependências da Câmara e aguardavam ansiosamente a posse do novo gestor. Ao ser empossado o prefeito afirmou que vai abrir as portas da prefeitura para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil possam fazer todas as investigações necessárias.

Na ocasião, ele tomou algumas medidas, entre elas, diminuir a folha de pagamento, abrir mão do aumento salarial dado em 2016 ao prefeito e aos secretários, o que deve representar uma economia anual de R$ 1 milhão, e devolver todos os carros alugados para uso também do prefeito e dos secretários. Outra decisão foi suspender o pagamento de fornecedores, para que os contratos sejam revisados com transparência e o máximo de urgência, para que a máquina não pare de trabalhar. Metas de austeridade que o novo gestor pretende implantar no município, com um choque de gestão e coalizão para dar uma resposta à sociedade. 

Ele frisou que a missão é árdua e difícil, mas disse que com a união de todos que desejam fazer o melhor, quem ganha é Bayeux.  “Quero que a cidade cresça e desenvolva com trabalho de todos que fazem o município. Pretendemos fazer algumas economias para que possamos investir na cidade com benefícios para a população”, disse. Com relação ao episódio que envolveu a prisão e afastamento do ex-prefeito, Luiz Antônio lamentou o fato que decepcionou toda a Paraíba. “O Brasil está sendo passado a limpo e não podemos concordar com mais um fato decepcionante. A justiça está atenta para que todas as falcatruas que estão ocorrendo no país sejam passadas a limpo”, frisou. 

Para o líder da oposição na Câmara, o vereador Adriano Martins (PMDB), o posicionamento será o mesmo com a nova gestão, onde quando o prefeito acertar terá o apoio, mas quando não corresponder a expectativa será criticado. “Não mudaremos nossa forma de atuar, afinal, estamos para defender os interesses do povo. Torço que o novo prefeito possa realizar uma melhor administração em todos os setores”, observou. Já o líder da situação, Roberto da Silva (Podemos), lamentou o episódio em que o ex-prefeito se envolveu, e afirmou que o partido está resolvendo a situação do filiado, que pode ser expulso. “Acato o que o partido decidir. Foi um fato lamentável que ninguém esperava e que pegou todos de surpresa”, avaliou.

Pessoas de todas as idades prestigiaram a posse do novo gestor, e estavam esperançosas em melhores dias para Bayeux. É o caso do aposentado Valter Egídio da Silva, que ficou decepcionado com o ex-prefeito, mas aguarda que o atual prefeito possa trabalhar com mais honestidade. “Sou otimista e espero que mude esta situação, afinal, Bayeux não merece tudo que vem acontecendo”, disse. A estudante Cássia Maria estava envergonhada de morar na cidade pelos episódios que ocorreram com o ex-prefeito. “A cada dia estamos envergonhados com a classe política do nosso país. Não acredito que mude muita coisa com o novo prefeito”, disse. 

Berg Lima foi preso pelos crimes de corrupção passiva e peculato, após ser flagrado recebendo dinheiro de uma suposta propina durante operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, em conjunto com a Polícia Civil. Diante do flagrante, o juiz Aluízio Bezerra Filho homologou a prisão em flagrante e decretou a preventiva do prefeito de Bayeux, atendendo pedido do Ministério Público, durante audiência de custódia, realizada na última terça-feira. O magistrado determinou o afastamento cautelar do ex-prefeito do cargo até que persistam os motivos da prisão. Também foi deferido o pedido de busca e apreensão na sede da Prefeitura e na residência do acusado. 

Constam nos autos que a prisão em flagrante delito do prefeito ocorreu em razão dele, no exercício de suas funções, ter exigido e efetivamente recebido quantia da Empresa Sal & Pedra Restaurante Receptivo, através do proprietário da empresa, João Paulino de Assis. A quantia teria sido paga em três ocasiões distintas, nos meses de abril, junho e julho, nos valores de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 3,5 mil, respectivamente, totalizando R$ 11,5 mil. Os valores foram entregues pessoalmente ao gestor municipal, como condição para que a Prefeitura pagasse parte da dívida que tinha com a empresa.