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A coluna 300 (e minha chegada à APC)

publicado: 15/07/2025 08h45, última modificação: 15/07/2025 08h45
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O colunista, entre Tavinho Teixeira e Nelson Barros, na primeira edição do Papo na Tela | Foto: Reprodução/Instagram

por André Cananéa*

Olá, caro(a) leitor(a)! Estou de volta após breve férias. E já começo a nova temporada celebrando meu 300º texto para A União. Sim. Esta é a coluna de no 300, um marco e tanto para alguém que faz da escrita desta coluna — que nem nome tem, a não ser o meu — um salmo religiosamente lido todos os domingos, que, por acaso, é o dia em que eu costumo escrever o que será publicado na parte superior esquerda da página 10 da edição de terça-feira do centenário jornal A União, o único impresso que restou na Paraíba.

Olhando em retrospecto, vejo que o giro de 100 textos se dá aproximadamente a cada dois anos, aumentando dois meses a cada ciclo desde que comecei a escrever, em 19 de fevereiro de 2019. A coluna de no 100 saiu dia 9 de março de 2021; a coluna 200, em 9 de maio de 2023. Esta sai dia 15 de julho de 2025… Será que em setembro de 2027 irei escrever sob o título “A coluna de no 400”? Tomara!

Muita coisa aconteceu nesse pouco mais de dois anos entre a coluna 200 e esta coluna 300, inclusive com minha trajetória profissional. Em dezembro de 2023, a EPC colocou no ar a Parahyba FM 103.9, que eu orgulhosamente coordeno junto a uma equipe incrível; o estado ganhou o Imagineland, o Brasil ganhou um Oscar, a inteligência artificial emergiu com toda força no nosso cotidiano e, para minha alegria, fui eleito membro da Academia Paraibana de Cinema.

Estou muito feliz e grato aos acadêmicos que votaram em mim para ocupar a cadeira de nº 27 da APC, validando meu nome para ocupar a vaga deixada pelo colega jornalista Carlos Aranha, um nome incontestável na música, no cinema e na cultura paraibana de maneira geral.

Minha história com cinema vem de longe, e vem de berço. Meu pai, Estevam Medeiros, professor aposentado da UFPB, é um cinéfilo desses que frequentava o cine paroquial da cidade de Santa Luzia, onde nasceu, na catequese cinematográfica que Giuseppe Tornatore tão bem refletiu em seu sublime Cinema Paradiso.

É gratificante pensar que fui apresentado ao cinema pelo meu pai através de um projetor artesanal que ele fez com madeira, utilizando espelhos e uma lâmpada, que projetava na parede branca da nossa casa tiras de gibis que, no já distante anos 1980, faziam às vezes do celuloide que compunham os rolos de cinema.

Portanto, era natural que eu, na carreira de jornalismo, viesse a abraçar o cinema. Especialmente neste espaço aqui, cujas “pautas” refletem mais o pessoal que o profissional. Há 299 textos que eu escrevo sobre o que vejo, ouço ou leio, seja essa leitura em livros ou da vida que nos cerca, sobretudo nossa relação com a tecnologia do dia a dia.

Fiz um balanço dos meus escritos entre os dois marcos: foram 121 textos no total, 64 deles dedicados a filmes e séries. Corresponde a mais da metade do total (52,9%) e mais que o dobro do que eu escrevi sobre música (24%, uma soma de 29 escritos). Desse montante de 121 textos, 11 uniram minhas duas maiores paixões, cinema e música — todos eles partindo de resenhas sobre documentários e filmes cujo tema eram grupos ou cantores(as).

A eleição para a APC, portanto, veio em ótima hora. Minha contribuição ao cinema enquanto jornalista ganhou muita força a partir da minha entrada na EPC, primeiro em A União e atualmente na Parahyba FM. Para o jornal, escrevi reportagens sobre filmes e personalidades do nosso cinema, com destaque para a reportagem de capa do Correio das Artes sobre o filme Bacurau, em que consegui ouvir boa parte do elenco paraibano, além de técnicos que trabalharam nos bastidores.

Na Parahyba FM, desenvolvi um programa chamado Ouça um Filme. Ele vai ao ar todas às quintas-feiras, às 18h, pela 103.9, e posteriormente fica disponível na “nuvem”, em plataformas de podcast. A dinâmica do programa consiste no encontro entre um entrevistador da equipe da PBFM (fiz a grande maioria dos programas até agora, mas a rádio tem a sorte de contar com ótimos interlocutores na área, como Yara Guerra, Ângela Duarte, Xavana Celeshah e Victor Fanaia) e um convidado apaixonado por cinema, resultando em um bate-papo repleto de informações, percepções e avaliações sobre as obras escolhidas.

Além disso, também apresento a coluna Em Cartaz, nas tardes de quinta-feira, comentando a estreias e compartilhando dicas. A cada ainda conta com outra coluna de cinema, a Sessão 103.9, apresentada por outro apaixonado por cinema, José Maria Mendes, num oferecimento do Centerplex.

A rede de cinemas, por sinal, tem sido uma grande parceira da rádio, abraçando, ainda, outra iniciativa nossa que tem dado super certo, o Papo na Tela, que é um cinema comentado no qual convidados conversam com o público sobre o filme assim que os créditos acabam de rolar na tela. Até agora fizemos Homem Com H e Superman, e ainda há muito mais por vir!

*Coluna publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de julho de 2025.