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A coluna de número 200

publicado: 09/05/2023 10h22, última modificação: 09/05/2023 10h22
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Cananéa com a edição na qual prestou depoimento particular sobre o Imagineland - Foto: Arquivo pessoal

por André Cananéa*

Era um domingo, 7 de março de 2021, quando enviei ao amigo e colega jornalista Audaci Junior, editor do caderno Cultura deste Jornal A União, a coluna de número 100 escrita por mim. No texto, publicado dois dias depois, em 9 de março, eu comemoro a marca: afinal, 100 textos é um volume considerável para um aprendiz da escrita como eu, ainda mais em tempos digitais, onde jornal, em papel, se tornou tão raro de ver quanto uma onça pintada de listras verdes.

Ontem, 8 de maio de 2023, voltei a contactar Audaci com mais um marco nesta querida trajetória de colunista d’A União: meu texto de número 200! Duzentos escritos produzidos para este mesmo espaço, entre 19 de fevereiro de 2019 e, hoje, quando sai publicada a coluna 200. Uau!

Esta coluna é um marco importante da minha trajetória. Tendo passado pelo Correio da Paraíba, O Norte e Jornal da Paraíba – este último a casa que me abrigou por mais de 15 anos –, faltava no meu currículo uma passagem por A União, completando o “quatro de ouro” do jornalismo impresso da capital paraibana, o que ocorreu graças ao convite da nossa querida diretora presidente da EPC, Naná Garcez.

Escrever uma coluna como esta, que oferece ao leitor a oportunidade de desbravar tesouros escondidos em plataformas de música e filme, é resultado da minha vivência enquanto consumidor voraz de CDs (sim, ainda os ouço, e bastante), DVDs e blu-rays (idem), mas também da enxurrada de atrações que os serviços de streaming despejam semanalmente, me deixando sempre atento e forte para o que pode render algum comentário impresso. Portanto, há sempre um bom assunto para escrever.

Também é reflexo dos locais que frequento e das pessoas que encontro por esta João Pessoa, cidade onde nasci e vivo há quase 50 anos. Olhando agora através do link: auniao.pb.gov.br/noticias/colunistas/andre-cananea, em que estão arquivadas, no ciberespaço, os textos que publico no jornal impresso, vejo que intitulei minha apreciação sobre o ganhador do Oscar deste ano, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, como “O melhor filme de 2022”, quando escrevi sobre ele ainda em 22 de novembro do ano passado, antes mesmo de ser reconhecido como filme do ano pela Academia de Cinema de Hollywood.

Saí em defesa de Gilberto Gil (Gilberto Gil é maior, 29/11/2022) quando o cantor e compositor baiano foi xingado durante a Copa do Catar; falei sobre a série Wandinha (‘Wandinha’ reúne o melhor de Tim Burton, 6/12/2022); reavaliei a disco Thriller, de Michael Jackson (‘Thriller’, 40 anos depois, 13/12/2022) e comentei sobre Os Fabelmans (Spielberg em auto-homenagem, 17/1/2023), para ficar em textos recentes.

Também lamentei partidas que me atingiram como um soco forte no estômago: David Crosby deixa um belo legado (24/1/2023); Theo de Barros, Quarteto Novo e Geraldo Vandré (21/3/2023) e Juca, o bacana (11/4/2023, sobre o querido amigo de nós todos, Juca Pontes).

Meu breve encontro com o compositor do Clube da Esquina, Márcio Borges, foi registrado em 7 de março deste ano. Também abordei, à luz do processo de falência decretado pela Justiça, a falta que faz espaços como a Livraria Cultura (Livraria, o espaço afetivo que a internet não tem, 21/2/2023) e, ainda em fevereiro, escrevi um depoimento bem particular sobre o que vi no lançamento do evento Imagineland (Geek para leigos, 7/3/2023), que será realizado em julho na capital paraibana.

Isso tudo só este ano, além de documentários interessantes que vi e discos importantes que aniversariam em 2023, o que me leva a pergunta que muita gente me faz: sobre o quê você escreve? Escrevo sobre o que eu gosto e tenho vontade de compartilhar com leitores que não conheço, ou até conheço, afinal tenho na minha família, nos amigos, colegas e conhecidos, leitores que me dão a alegria de serem habituais frequentadores deste espaço, todas as terças-feiras, sempre na página 10.

Afinal, e reafirmando o que escrevi na coluna de número 100, o melhor de todos esses textos sempre foi, além do prazer de escrevê-los, os comentários que recebia – e ainda recebo – dos leitores, que se aproximam através das redes sociais, ou até mesmo do e-mail que segue impresso no cabeçalho da coluna. Há elogios, comentários, críticas… mas o fundamental é o contato. E fico feliz que você, leitor, também goste. Mais uma vez, muito obrigado pela leitura!

*Coluna publicada originalmente na edição impressa de 9 de maio de 2023.