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Fim de temporada

publicado: 15/10/2024 09h12, última modificação: 15/10/2024 09h35

por André Cananéa*

Vasconcelos fala sobre o Piollin | Foto: Divulgação/Parahyba FM
Vasconcelos fala sobre o Piollin | Foto: Divulgação/Parahyba FM

Tenho um orgulho danado da Parahyba 103.9 FM, do que foi construído ao longo de 2024 — dia 18 de dezembro, a irmã caçula da Tabajara FM, ambas rádios integrantes da Empresa Paraibana de Comunicação, irá completar um ano no ar. Com uma mistura de música pop sem fronteiras e conteúdos de arte, cultura e entretenimento, posso afirmar, sem medo de errar, que a Parahyba FM já entrou para a história da radiofonia paraibana, sobretudo pelos seus conteúdos inéditos e arrojados.

Domingo passado, a 103.9 FM estreou o Parahybaixinhos, um programa voltado ao público infantojuvenil. A ideia surgiu da mente criativa de Val Donato, cantora e compositora reconhecida em toda Paraíba e também integrante da Equipe Parahyba, com um argumento irrefutável: vamos unir pais e filhos em torno do rádio, habituando os pequenos a ouvirem o dial, conquistando-os com um repertório que vai de Adriana Partimpim e Música de Brinquedo (do Pato Fu) a trilhas da Disney, sem deixar de olhar a produção local voltada ao segmento, como Meu Quintal, de Nara Limeira e Naldinho Braga.

O Parahybaixinhos é apenas uma das iniciativas inovadoras da Parahyba FM. Outra iniciativa inédita é o meu projeto pessoal, tão bem aceito tanto pela Equipe Parahyba quanto pelo público em geral. Eu nunca dei um nome a esse conjunto de programas, mas os chamo de “Programas das Seis”, uma vez que vão ao ar de segunda a sexta, sempre às 18h, no dial 103.9 FM (com reprises no fim de semana).

São programas dedicados a artes visuais (Pincel & Lápis); literatura (Um Livro, uma Conversa); teatro (Respeitável Público); cinema (Ouça um Filme) e música (História do Disco), que vão ao ar, respectivamente, entre segunda e sexta-feira, às 18h. Nesta semana, vamos encerrar a primeira temporada do projeto, retornando em dezembro com episódios inéditos (até lá, vamos reprisar alguns dos melhores programas).

Até aqui, foram 31 semanas, ou seja, 31 episódios de cada um dos cinco programas; portanto, 155 bate-papos de fundamental importância para a memória artística e cultural do estado da Paraíba, em abordagens que são fora da curva em se tratando de jornalismo cultural. Acontece que, em vez de programas de bate-papo generalistas, a gente fez diferente: os programas são voltados às obras produzidas pelos artistas e, falando sobre as obras, os artistas acabam abordando a própria carreira sobre um prisma diferenciado.

Então, quando convidamos Flávio Tavares para o Pincel & Lápis, foi para ele contar, em detalhes nunca levantados antes, uma de suas obras mais relevantes, “No reinado do Sol”, instalada permanentemente na Estação Cabo Branco, em João Pessoa. E assim fizeram Raul Córdula, Fred Svendsen, Clóvis Júnior (que foi ao ar ontem, com reprise sábado que vem, às 8h) e também artistas da nova geração, e dos mais diversos segmentos, que aceitaram o convite de compartilhar com o ouvinte histórias detalhadas sobre a produção artística da Paraíba.

Nessa mesma pegada, Respeitável Público resgata as peças que foram criadas na Paraíba. O episódio de amanhã, inclusive, é especialíssimo: teremos Luiz Carlos Vasconcelos contando a história do grupo teatral Piollin, com direito a detalhes inéditos sobre a obra-prima Vau da Sarapalha. E assim também o é História do Disco, programa em que a gente faz um mergulho em discos importantes, faixa a faixa (literalmente). Na
sexta-feira que vem, teremos os gêmeos do Som D’Luna falando sobre o álbum Nesse Trem.

O arrojado Um Livro, uma Conversa também tem como foco a obra, ou ideias literárias, mas a dinâmica é ousada: não se trata de um programa de entrevistas, mas do registro de uma conversa entre dois escritores, professores, pesquisadores ou leitores, acerca da própria obra, ou de outros livros ou movimentos literários. Hoje tem um papo entre um biógrafo (Adeildo Vieira) e um biografado (Maestro Chiquito), relembrando as (ótimas) histórias deste segundo.

Ouça um Filme é um programa que eu gosto muito de fazer. Com raras exceções, conduzi quase todos dessa primeira temporada. São bate-papos de quem gosta de cinema, como Marcos “Paki”, designer de som, com quem converso sobre os filmes Scott Pilgrim contra o Mundo e Baby Driver – Em Ritmo de Fuga. Lembrando que, após as reprises, todos os “Programas das Seis” ficam disponíveis nas plataformas de podcast.

*Coluna publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de outubro de 2024.