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Imagineland: destravando memórias afetivas

publicado: 02/07/2024 09h02, última modificação: 02/07/2024 09h02
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Evento instalou, na última sexta-feira, um Bob Esponja gigante no letreiro do Busto de Tamandaré | Foto: Leonardo Ariel

por André Cananéa*

Quando a Parahyba 103.9 FM fez seis meses, no dia 18 de junho, publiquei aqui um texto sobre a rádio que ajudei a colocar no ar na condição de gerente-executivo. Uma das características da irmã mais nova da Tabajara FM é justamente esta: ser jovem, alguém que nasceu no século 21 e que carrega toda a linguagem e o comportamento próprios da geração Z. Uma dessas características é o uso intenso das redes sociais, o amor pela tecnologia e pela cultura pop. Afinal, a geração Z é uma consumidora de Instagram, Tik Tok, YouTube e todo tipo de serviço em streaming.

Portanto, levar a rádio para o Imagineland, evento que promove todos esses quesitos, é a maior prova de alinhamento e característica da “Rádio do Século 21”. Sendo assim, a 103.9 estará os três dias de evento (26, 27 e 28 de julho) transmitindo toda a sua programação, ao vivo, lá do Centro de Convenções, palco do mais importante evento de cultura pop do Norte–Nordeste — e já com musculatura para ser um dos mais importantes do Brasil.

Então de olho no evento que já se tornou histórico para a Paraíba — pelo cast internacional que trouxe em 2023 e que traz neste ano; pelo arrojo em criar campeonatos de games, k-pop e cosplay com os maiores prêmios da região; por ser um evento licenciado, ou seja, utiliza marcas e personagens devidamente autorizados pelos detentores desses direitos (há, na programação, até um evento B2B sobre o tema), como a Disney (em 2023), a Turma da Mônica (2023 e 2024) e, agora, a Paramount/Nickelodeon, parceria que, por exemplo, propiciou a instalação do Bob Esponja no Busto de Tamandaré, as credenciais do evento e até uma corrida de rua (que será realizada no dia 28 deste mês) —, a gente criou o Esquenta Imagineland.

O Esquenta é uma série de cinco episódios que estreou na sexta-feira passada (28) e terá sequências nas próximas quintas-feiras de julho, sempre às 13h (com reprise às 20h) na 103.9 FM. Nele, a gente se propõe a traduzir para o ouvinte que bicho estranho é essa tal de cultura pop, ou nerd, ou geek — cada uma com sua especificidade, mas todas dentro do mesmo balaio —, começando literalmente do começo, quando eu, Val Donato (gerente de Programação) e JP Sette, idealizador e CEO do Imagineland, nos reunimos para ouvir dele a paixão, as vantagens e dificuldades de investir, na Paraíba, um evento de milhões, e entender a dinâmica de um evento que vai entregar mais de 100 horas de conteúdo para um público ávido por quadrinhos, cinema, música, dança, séries, cosplay, cultura oriental, produtos colecionáveis, jogos de videogame e, claro, quer conhecer de perto ídolos que integram a memória afetiva de cada um. A cada episódio, entrevistas e comentários de especialistas irão destrinchar as principais atrações do evento, então não perca.

No ano passado, como um fã dessa cultura pop, mergulhei de corpo e alma na primeira edição do Imagineland. Acompanhei de perto o desenrolar dos acontecimentos que desaguaram em um evento nunca antes visto na Paraíba, tanto em termos de estrutura, como de dinâmica de atrações e, sobretudo, de encontros. É sobre isso o Imagineland, a capacidade de destravar memórias afetivas. Vi muito adulto vestir uma roupa igual ao do Chaves (personagem do seriado mexicano vivido pelo ator já falecido Roberto Gómez Bolaños) para tirar uma foto com Édgar Vivar, o eterno “Senhor Barriga”, e chorar como uma criança (emoção que deverá se repetir neste ano com a presença de outro ator do seriado, Carlos Villagrán, o Quico).

Fiquei com os olhos marejados vendo a garotada, seus pais e até avós maravilhados diante do “pai da Mônica”, Maurício de Sousa, que colocou chapéu de cangaceiro em alusão às suas raízes paraibanas e foi homenageado pelo Governo do Estado e pelo evento. Neste ano, a homenagem é para um dos artistas mais importantes do cinema mundial, e que é brasileiro: Carlos Saldanha, diretor de animações do quilate de Rio e A Era do Gelo.

E abracei meu filho depois que ele teve um encontro com um ídolo de quem aprendeu a gostar fuçando minha velha coleção de HQs, Frank Miller, que assinou para ele a obra-prima 300. “Aprendi a gostar de história depois de ler essa comic”, disse ele ao quadrinista estadunidense, numa frase em inglês que decorou a partir da tradução do Google. Nessa hora, Miller levantou os olhos, fitou o garoto e pôs-se a falar sobre sua obra, traduzida para Gael pelo tradutor que acompanhava o talent. Resultado, Gael foi quem passou mais tempo na fila do autógrafo, e essa memória, ele já me disse, irá levar pelo resto da vida.

Então que venha o Imagineland 2024 e que o evento cresça cada vez mais e se consolide como o mais importante evento de cultura pop do Brasil, porque da Paraíba e do Norte–Nordeste, ele já é.

*Coluna publicada originalmente na edição impressa do dia 02 de julho de 2024.