Hoje, 18 de junho de 2024, a Parahyba 103.9 FM está em festa. Completa seis meses no ar. A rádio é a mais nova emissora da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) e a irmã caçula da Tabajara FM. Fazem parte da família, ainda, o Jornal A União, Diário Oficial do Estado, Livraria A União, Editora A União e Museu do Rádio Paraibano. Coube a mim, num honroso convite da nossa diretora-presidente Naná Garcez, criar e colocar no ar a 103.9, que nasceu de uma migração técnica da Tabajara AM.
A Tabajara AM e a Parahyba FM têm em comum o fato de que ambas surgiram alinhadas com seus respectivos tempos: a Tabajara AM surgiu em 1937 refletindo os costumes dos anos 1930, utilizando a abordagem de comunicação da época, tanto no noticiário quanto no linguajar e na programação musical.
Nascida em 2024, quase 100 anos depois, a Parahyba FM se alimenta desse mesmo DNA de inovação e alinhamento com seu tempo, buscando o ouvinte de hoje, do mundo globalizado, sem fronteiras, repleto de atrativos na palma da mão, a um toque da tela de um smartphone. O maior desafio nosso — meu e de toda a EPC, da diretoria à equipe técnica, passando pelo administrativo, marketing, comercial e jurídico — é entender, então, como se inserir nesse meio tão disperso.
Há poucas semanas, comemoramos o fato que nem bem chegara aos seis meses no ar, a Parahyba 103.9 FM já aparecia — e aparecia bem — na pesquisa Kantar Ibope, chegando a três mil ouvintes por minuto. Pode parecer pouco, mas não é quando a gente percebe que sequer colocamos toda a potencialidade do projeto no ar, o que tem sido feito a passos comedidos, mas firmes.
Engana-se quem pensa que o sucesso de uma rádio, hoje, se mede apenas pelo Kantar Ibope. É preciso entender que a rádio do século 21, qualquer rádio, na verdade, que esteja em operação hoje, tem audiência no dial, mas também através da internet, nos links que transmitem a programação, nos aplicativos para celular (que lançaremos agora em julho, facilitando a conexão com a programação diária) e nas redes sociais, e não apenas no número de seguidores que um perfil tem, mas nos conteúdos que é capaz de gerar e no engajamento que as postagens provocam numa sociedade hiperconectada.
É complexo fazer rádio nos dias de hoje. Não é apenas ter o zelo pela programação musical e divulgar informação com qualidade e competência, entregando ao ouvinte notícias reais, não as falsas que circulam pelas redes sociais, mas também criar conteúdos simultâneos para as redes sociais, promovendo o diálogo entre o dial e plataformas como o Instagram, por exemplo. Ou seja, entender que a rádio de hoje é uma rádio expandida.
Na condição de gerente executivo, tenho um olho no rádio, e outro na internet. É por isso que, muito em breve, entregaremos à Paraíba outro canal importante para a memória cultural do estado: os programas da “Faixa das Seis”, levados ao ar de segunda a sexta-feira, sempre às 18h (com reprises no fim de semana), também serão disponibilizados na internet, no modelo de podcast tão em voga nos dias atuais, que estarão disponíveis no Spotify, Deezer e diversos outros agregadores de podcast.
São programas sobre artes visuais (às segundas), literatura (terças), teatro (quarta), cinema (quinta) e música (sexta), cujo conteúdo busca oferecer ao ouvinte algo que ele não encontra em qualquer esquina do Google. Então, quando eu propus que a gente tivesse um programa de artes visuais (batizado Pincel e Lápis), eu não queria tirar o artista de casa para ele repetir nos microfones da Parahyba FM seu currículo, já tão mastigado na internet, mas para ele falar exclusivamente de uma obra de sua autoria, de uma maneira que ele nunca falou. E falando sobre a obra, claro, a gente contempla o artista.
Um Livro, uma Conversa é um produto ousado: sem intermediário, dois escritores (ou professores, especialistas, leitores) conversam à luz de um determinado assunto. Nunca uma rádio paraibana foi tão ousada, acredito. Mas quem não gostaria de ouvir um bate-papo informal entre Sérgio de Castro Pinto e Expedito Ferraz sobre poesia, ou entre Marília Arnaud e Tiago Germano a respeito de processo criativo? E sobre a poesia russa com Astier Basílio (declamando em russo!) e Hildeberto Barbosa Filho?!
Ver essas ideias que brotaram da cabeça deste já-ficando-velho jornalista (que começou em rádio, por sinal), com uma vida dedicada ao jornalismo cultural, sendo concretizadas com esse conteúdo único, inédito e valioso é algo que me enche de orgulho e coloca a EPC como uma empresa alinhadíssima com o nosso tempo, e necessária para educação, formação e entretenimento do povo paraibano.
Através do link, ouça a programação da Parahyba FM
*Coluna publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de junho de 2024.