Notícias

ESPORTES: Dez jogadores

publicado: 08/07/2020 11h48, última modificação: 08/07/2020 11h48

 

Dia desses vi circulando pelas redes sociais um desafio para que cada pessoa listasse dez jogadores que inspiraram seu amor pelo futebol. O foco nos atletas é particularmente interessante porque não se explica como o amor acontece, e este sentimento também não se limita a um único motivo. Assim são as cores do time, a emoção à beira do campo, o gol, o bandeirão, o colo do pai na frente da TV, a zoação com os amigos. No entanto, a lista com jogadores personifica e eterniza momentos inesquecíveis em torno dos heróis, responsáveis em campo pelos afetos criados para fora dos limites das quatro linhas. Entrando na brincadeira, vai aqui a minha lista:

Zetti - Comecei a acompanhar futebol naquele auge do São Paulo, entre os títulos mundiais de 1992 e 1993. Sem qualquer influência na família, fui unicamente levado pela televisão. Tinha naquele time a referência de Zetti como o maior goleiro do Brasil. Parte disso era decorrente também da cornetada generalizada que eu ouvia de irmã e tias contra Taffarel por conta do fracasso da Seleção Brasileira em 1990. Quanta injustiça! Somente em 1994 conheci o gigante Taffarel.

Müller - Apenas o autor do gol do título mundial diante do poderoso Milan. Aquele jogo em que eu, criança, acordei de madrugada para assistir. O jogo que consolidou minha nascente paixão pelo São Paulo. Talvez, apesar de a partida ter acabado em 3 a 2, fora este o único gol em que gritei a plenos pulmões. O primeiro grito de gol foi para a letra de Muller.

Juninho - Por muito tempo foi o reserva de todo jogo do São Paulo. Ele entrava pra botar fogo na partida. Rápido, bom driblador, também fez bonito pela Seleção. Lembro especialmente das vezes em que Juninho, depois chamado de Juninho Paulista, entrou pra resolver um resultado adverso. Era a esperança de cada virada.

Euller - Costumeiramente chamado por Galvão Bueno, durante as transmissões de jogos do São Paulo, de “filho do vento”, corria muito. Hoje em dia, assistindo aos jogos antigos, acho que nem corria tanto assim. Era aquele jargão de narrador que levanta a bola do jogador para inflar a torcida.

Raí - Craque do São Paulo e da Seleção Brasileira, Raí já era ídolo pra mim antes mesmo de começar a Copa do Mundo de 1994. Apesar de aquele time contar com outros são-paulinos, como Leonardo e Cafu, Raí era a minha referência.

Denílson - Outro meia do São Paulo e da Seleção, mas dono de um estilo completamente diferente. Denílson era a molecagem e a criatividade. Na Copa de 2002, era bonito de se ouvir a marra quando perguntavam pra que lado Denílson iria driblar o adversário, e ele dizia “vou pra cima, pro meio dele”.

Kaká - Foi o último melhor jogador do mundo saído do São Paulo. Kaká fez bonito por onde passou, e foi esperança nas copas de 2006 e 2010.

Romário - Marrento todo. Quando o vi em campo pela primeira vez, na TV, no histórico jogo contra o Uruguai, percebi que Romário era mais do que um dos maiores atacantes de todos os tempos. Era, ali, a esperança do Brasil na classificação para a Copa de 1994. Ele vinha para resolver, e resolveu.

Ronaldo - O maior atacante que vi jogar. “Fenômeno” não era um apelido usado à toa.

Ronaldinho - Futebol bonito era aqui. “Mago”, “bruxo”, chamem do que quiserem, Ronaldinho era a pura alegria do futebol brasileiro em campo. Na minha memória afetiva está aquele que pintou miséria contra a Inglaterra na Copa de 2002. Este que aderiu ao bolsonarismo e terminou preso no Paraguai é lixo para ser lembrado na história. 

*publicado originalmente na edição impressa de 03 de julho de 2020.