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Um genocida em potencial

publicado: 25/03/2020 11h56, última modificação: 25/03/2020 11h56

 

Não foi exagero quando o termo “Bolsonaro Genocida” estava entre os assuntos mais comentados nas redes sociais digitais durante a manhã desta segunda-feira (23). O grito coletivo protestava contra um presidente da República que descumpriu seu juramento de  "Manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil", proferido no primeiro dia do ano de 2019, data de sua posse no cargo.

Nunca foi exagero quando Bolsonaro foi chamado de fascista. Para agora, o termo exato é mesmo genocida. Pois se não é, ainda, de fato, o presidente da República já é um genocida em potencial, e se empenha diariamente para o extermínio deliberado de um grande número de brasileiros.

Desde o começo da crise enfrentada com a chegada do novo coronavírus no Brasil, Bolsonaro se comporta de forma irresponsável.

Comportou-se como um genocida quando, mesmo sob orientação de manter-se em quarentena após retornar dos Estados Unidos, incentivou a realização de uma manifestação popular em diversas cidades do país, contra a Constituição e em defesa do seu mandato. Achando pouco, o presidente participou do evento e cumprimentou as pessoas. Apertos de mãos que podem ter disseminado o vírus.

Em seguida, Bolsonaro novamente agiu como um genocida ao fazer pouco caso de um vírus que já matou mais de dez mil pessoas por todo o mundo e que se alastra de forma tão rápida, desafiando os sistemas de saúde pública de países muito mais estruturados que o Brasil. Em muitos casos, o que tem acontecido é o colapso no atendimento, e mortes em decorrência da falta de leitos e da insuficiência de equipamentos para a demanda crescente. Se não fizesse mais nada, somente sua postura diante do caso já seria suficiente para incitar os obstinados que o seguem e expor as vidas de milhões de brasileiros. 

Não, senhor presidente, não se trata de uma gripezinha.

O comportamento de Jair Bolsonaro vai na contramão do que todas as autoridades de saúde e vigilância sanitária recomendam. A despeito do déspota à frente do país, gestores de estados e municípios agiram com a grandeza que seus cargos exigem.

Por fim, não satisfeito com a condução da crise por parte de governadores e prefeitos, e também contrariado com a quarentena voluntária praticada por milhares de pessoas em todo o país, o que tem esvaziado as cidades e reduzido a movimentação no comércio a quase zero, Bolsonaro tem ido a público, em entrevistas e pronunciamentos, pedir que os brasileiros acabem com o confinamento e retomem suas vidas.

Para ele, pouco importa os que irão morrer. Chegou a tentar emplacar uma Medida Provisória que suspendia os contratos de trabalhadores por quatro meses. Que morram pelo vírus, ou de fome, tanto faz para Bolsonaro. Recuou da MP sob forte pressão, mas das atitudes genocidas que podem conduzir a população à morte, ele não volta atrás.

São abundantes os adjetivos cabíveis para descrever a personalidade e a postura do presidente Jair Bolsonaro, e para cada um deles há atitudes que comprovam sua aplicabilidade.

Verme. Crápula. Cretino. Canalha. Insensível. Maldito. Incompetente. Inapto. Inábil. Desqualificado. Incapaz. Detestável. Nocivo. Cruel. Perverso. Pífio. Desumano. Fascista. Genocida.

 

*publicado originalmente na edição impressa de 23 de março de 2020.