Notícias

#106 Metallica celebra 30 anos do "álbum negro" com lançamentos inéditos

publicado: 01/09/2021 08h00, última modificação: 01/09/2021 10h56
Metallica-BlackAlbum.jpg

tags: metallica , black album , album negro , 1991 , gi ismael , gi com tonica


Qual outra banda de heavy metal consegue atingir a marca de 1 bilhão de visualizações em apenas uma música no YouTube? Que outro grupo de heavy metal celebra 40 anos de carreira com públicos cada vez maiores e mais diversos, garantindo sempre estádios lotados? Quem mais, senão o quarteto de peso formado por Lars & James & Kirk & Rob?

Metallica. A banda que celebra, em 2021, 40 anos de carreira. O grupo que deveria se sentir honrado em ter chegado ao meu concorrido espaço do nick no Counter Strike 1.6 quando eu tinha 13 anos de idade (saudades das eras Gigi_Metallica e Gigi_PinkFloyd). É difícil listar tudo que torna Metallica tão avassaladora e de forma tão consistente, mas o fato é que, dificilmente, ela teria chegado ao patamar de astros se não fosse o quinto álbum da banda, lançado em 12 de agosto de 1991: o “Metallica” ou, para os íntimos, The Black Album (ou ainda O Álbum Negro).

Com hits como ‘Enter Sandman’, ‘Nothing Else Matters’, ‘Sad But True’ e ‘Unforgiven’, o álbum homônimo foi a primeira obra do grupo a alcançar o topo das paradas em 10 países, sem descer do pódio por quatro semanas consecutivas nos Estados Unidos e, a longo prazo, alcançou a alcunha de Disco de Platina nada menos que 16 vezes. 

Metallica tornou-se isso. Grandiosa. E no aniversário de 30 anos do disco que deslanchou o grupo para o mainstream, a comemoração tinha que ser “master”. Para os amantes da mídia física, já está disponível na pré-venda o box definitivo do “Metallica (Remastered)” com seis vinis, 14 CDs e seis DVDs deluxe, tudo isso por míseros U$ 240 ou aproximadamente seus dois rins se você ganha em real. Para os mais pouposos, existe também a possibilidade de comprar um CD triplo especial ou apenas a versão simples remasterizada. 

Ah, e tem também o “The Metallica Blacklist”, álbum que será lançado no dia 10 de setembro tanto em formato físico quanto digital e contará com 53 artistas reinterpretando as 12 faixas do Black Album. Covers como ‘Nothing Else Matters’, comandado por Miley Cyrus com participação de Elton John, Robert Trujillo (baixista da Metallica) e Chad Smith (baterista do Red Hot Chilli Peppers); e um excelente remix de ‘Wherever I May Roam’, com um misto de trap e reggaeton produzido e estrelado pelo colombiano J. Balvin, dos hits ‘Mi Gente’ e ‘I Like It’, já estão disponíveis nas plataformas. Cage The Elephant, Corey Taylor (Slipknot), Weezer, Mac DeMarco e Portugal. The Man são outros nomes que fazem parte da coletânea inédita.

A gente sabe que por trás das caras sérias, camisas pretas e batidas de cabeça, existem corações. Corações que estiveram gelados e sem dó de fazer bullying e outras babaquices quando o assunto era o baixista Jason Newsted (que inclusive gravou o Black Album e outros três discos de estúdio, fazendo parte da formação por 15 anos) e que substituiu o finado baixista Cliff Burton após o acidente de carro que o matou em 1986? Sim. Ah, um dos melhores singles deste deluxe digital do “Metallica” já lançados é uma pérola: uma gravação isolada da linha de baixo de ‘My Friend of Misery’, uma versão não utilizada e um achado nas fitas de Jason. Ok, voltando: Ok, voltando: aparentemente as pessoas mudam e o melhor dessa pancada do “Blacklist” no dia 10 de setembro é que toda a receita, seja ela por vendas, downloads ou stream, será dividida igualmente por mais de 50 instituições de caridade escolhidas pelos artistas que tocam no álbum, além da Within My Hands, fundada pela banda em 2017. 

Definitivamente, Metallica não se acanhou com a chuva de críticas negativas que recebeu por parte dos fãs no começo dos anos 2000, quando lançou St. Anger com uma pegada mais “nu” e menos “heavy” metal. Por uns anos, voltou a fazer o de sempre, a fórmula pancadaria que dava certo. Eis que em 2011, lança “Lulu”, disco inesperado, e extremamente aguardado ao mesmo tempo, em conjunto com Lou Reed (1943 - 2013). Os fãs, que a gente sabe que são piores do que os de Los Hermanos, mais uma vez rechaçaram o álbum e o Metallica deu um total de zero importância pra isso. Em 2016 lançou o maravilhoso ‘Hardwire… To Self-Destruct’ e meses depois subiu no palco do Grammy cantando ‘Moth Into Flame’ ao lado de Lady Gaga. E digo mais! A martelada final e o maior f*-se que a banda poderia dar foi com o “Blacklist”, o lançamento que diz em sua apresentação: “possibilidades infinitas”. 

Todos esses lançamentos vêm acompanhados de uma série de podcasts comandados pelo quarteto de heavy metal. Com já dois volumes disponíveis nos agregadores de podcasts, incluindo Spotify, o ‘The Metallica Podcast’ apresenta, semanalmente, curiosidades por trás da gravação do disco e bastidores da banda que celebra 40 anos de carreira agora em 2021. 

A banda está agora com a agenda repleta de turnês pelos Estados Unidos até dezembro deste ano. Agradecida e um tanto aliviada por ter assistido ao show indescritível no Lollapalooza São Paulo de 2017, dessa vez a degustação será virtual. Triste, mas verdade. 

Assista aos outros trailers da edição comemorativa do Metallica: Definitive Edition no canal da banda no YouTube.

 

*Coluna publicada originalmente, em versão reduzida, na edição impressa de 01 de setembro de 2021.