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#159 O melhor de 2022 (totalmente parcial)

publicado: 21/12/2022 00h00, última modificação: 21/12/2022 10h57
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Adam Scott protagoniza ‘Ruptura’; série que tem uma premissa distópica e argumento criativo é uma das melhores do ano - Foto: Foto: AppleTV+/Divulgação

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por Gi Ismael*

Com uma semana de antecedência, esta coluna traz hoje um pequeno compilado das melhores produções que vi e ouvi em 2022, sejam elas lançamentos ou não. Talvez não tenha sido o ano que mais consumi filmes, séries, jogos, podcasts… Mas, com certeza, me deparei com alguns bem marcantes que compartilho agora com vocês.

Começando pela música, o meu Spotify não nega: o ano foi de Beyoncé. Com Renaissance, a cantora encantou público e crítica com um disco dançante, uma obra de tributo às pistas de dança, ao movimento queer e à negritude nas artes. Ele foi eleito o álbum do ano por sites especializdos como NPR, Pitchfork, Vulture e Rolling Stone e deve carregar uma porrada de Grammy em breve. Até lá, temos esperança que o álbum visual saia ainda este ano.

Um destaque nacional na música foi o destrinchamento dos paraibanos da Quadrilha. Apesar da banda estar firme e forte em atividade, os cantores e compositores Pedro Índio Negro, Guga Limeira e Elon lançaram seus primeiros discos solos em 2022. Livrai-nos do Mal, de Pedro Índio, Tateia, de Elon em parceria com Helinho Medeiros, e o álbum homônimo de Guga Limeira chegaram às plataformas de streaming, cada um desenhando a personalidade de seus donos. Amorim, o último que conecta estes pontos sonoros, foi quem produziu boa parte das canções de Pedro e Guga. São obras lindas que tornaram este o ano do quarteto.

Falando em cinema, nunca é tarde para tirar o atraso de filmes clássicos e outros que há muito te indicam, concorda? Nesta “lista da lista”, entram Advogado do Diabo (1998), Incêndios (2010) e O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017). Enquanto Advogado do Diabo é um romance ácido, com pitadas de mistério e comédia, os outros dois são obras pesadas e proporcionalmente brilhantes. Incêndios, do canadense Denis Villeneuve, é um forte relato da guerra e dos complexos laços familiares e afetivos; O Sacrifício do Cervo Sagrado, do grego Yorgos Lanthimos, é um thriller claustrofóbico, abordando conflitos familiares e dilemas éticos através de um roteiro violento e metafórico.

Quando o assunto é lançamentos, três filmes ganharam espaço definitivo na lista de prediletos. Toda a expectativa que eu guardava para o Batman, de Matt Reeves foi superada. O filme é um daqueles poucos que te faz sair do cinema já com vontade de dar uma meia-volta e pegar a próxima sessão. Da atuação magnética de Robert Pattinson às nuances de drama em meio à ação, o longa é um dos melhores retratos fílmicos do super-herói da DC Comics. Não, Não Olhe! é Jordan Peele fazendo o que faz de melhor, imprimindo sua assinatura de suspense, analogias e comédia em um filme, desta vez, de ficção científica. Mesmo que não o considere o melhor de Peele, é um excelente filme que demorou alguns dias até deixar de protagonizar meus devaneios. Por fim, um dos últimos documentários que assisti no ano já foi o melhor: Belchior - Um Coração Selvagem, de Camilo Cavalcanti e Natália Dias, é uma porta de entrada para a vida do cantor cearense que marcou a música brasileira com sua poesia e musicalidade e, ao mesmo, o longa é um alento para os saudosos fãs do rapaz de coração selvagem.

Agora vamos para as séries porque tivemos promissoras estreias neste ano. Se você gosta de comédia, indico fortemente Pacificador (HBOMax), um spin-off do vilão de O Esquadrão Suicida (estas duas produções, inclusive, marcaram a chegada de James Gunn para o universo das adaptações da DC), protagonizada pelo canastrão e divertido John Cena. Também divertida é a série que puxou todos os holofotes para si no finalzinho do ano, Wandinha (como ela foi tema da minha coluna da semana passada, não vou me estender. Mas série impecável, para deixar cabeças inquietas com teorias mil e corações palpitantes por uma nova temporada é Ruptura (AppleTV+). Com premissa distópica criativa e argumento excelente, mais do que a série do ano, ela é uma das melhores da última década.

Aqui vai uma rapidinha. Entre séries limitadas/minisséries de 2022, indico três: Iluminadas, Ollie - O Coelhinho Perdido e Inventando Anna. O ano de 2022 foi também de excelentes novas temporadas; sem dúvidas, renovei meu contrato de fidelidade com The Boys, A Maravilhosa Srta. Maisel, Love, Death & Robots, Stranger Things e Euphoria.

Ainda estou devendo algumas produções deste ano, como White Lotus, Black Bird, She-Hulk e Ms. Marvel, Sandman, Anéis do Poder, Casa do Dragão. Essas últimas três são fogo, eu sei. Mas é isto: fica como resolução para 2023 junto com um punhado de outros discos, jogos, filmes, podcasts e livros que esse ano não deu conta.

*Coluna publicada originalmente na edição impressa de 21 de dezembro.