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#201 Um dia a mais

publicado: 03/01/2024 09h43, última modificação: 11/01/2024 11h14

por Gi Ismael*

O que você espera de 2024? Fez resoluções, planejou alcançar um objetivo, um número ou números?

Tenho tendências a estabelecer metas que venham a elevar meu grau de produtividade: realizar isso, estudar aquilo, organizar aquilo outro – preciso, devo. Foram anos numa constante busca pelo “fazer” quase que exclusivamente voltado para um pensamento laboral, ainda que estivesse já bem atarefada nos dias e horários úteis. Apesar da plena convicção de que o aprendizado diário é fonte de energia para o nosso corpo e mente, fui caindo num mau-costume de riscar minha lista de resoluções mais pensando nos outros do que em mim (a ostentação do “saber/fazer”). Dia após dia aprimorando as formas de transformar lazeres em deveres.

A real é que estou saturada de tantos conteúdos e informações e não me sinto mais confortável em estabelecer números crescentes do que preciso alcançar para ser uma pessoa mais realizada. Em 2024, quero mudar a estratégia e trabalhar no modo decrescente onde eu puder e como conseguir. Menos tempo de tela. Menos tempo sentada. Menos tempo fazendo o que não gosto. Menos preguiça. Menos medo, menos vergonha, menos cabimento (no bom paraibanês). Mas sem pressão e nem sempre dessa forma. Quando der, se der. Já me vejo animada pensando em como cumprir cada uma dessas metas, procurando encarar de forma criativa e talvez malandra o meu próprio compromisso. Prevejo (mas não me obrigo) mais tempo pedalando, cozinhando algo diferente, passeando com os cachorros, lendo por prazer, jogando por saudade.

Vou deixar de lado as pequenas listas “a cumprir” e estabelecer ao menos uma grande coisa para realizar esse ano. Algo da bucket list, ou seja, que desde sempre está nas metas de vida e não de ano, coisas para fazer antes de morrer. Como pular de paraquedas, experimentar comida tailandesa, raspar a cabeça. Lançar um filme (tá bem, essa foi garapa… o projeto já está devidamente aprovado e engatilhado pela Lei Paulo Gustavo. Eba!).

Acho interessante pensar também nas possibilidades que já largaram na vantagem; concluir coisas ao invés de acumulá-las…

Paro agora este texto, já cansada. São metas demais! Por hoje, vou seguir o dia. Escrever essa coluna, organizar o escritório, zerar as caixas de e-mails. Na tranquilidade, mentalizando que este ano, tenho um dia a mais para realizar aquilo que eu quero.

*Coluna publicada originalmente na edição impressa de 03 de janeiro de 2024.