A cesta básica ficou quase R$ 5 mais cara em João Pessoa no mês de fevereiro, passando a custar R$ 564,50, contra R$ 559,77, em janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses, porém, o valor da cesta básica caiu 5,93% na capital paraibana. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).
O valor equivale a cerca de 40% do salário mínimo, que atualmente é R$ 1.412, ou 43% considerando o valor líquido que o trabalhador recebe após o desconto de 7,5% para a Previdência Social. O trabalhador de João Pessoa remunerado pelo piso precisa, portanto, trabalhar 87 horas e 57 minutos para conseguir receber o valor equivalente a uma cesta básica.
Apesar disso, o custo da cesta básica em João Pessoa segue sendo o terceiro menor entre as 17 capitais do país pesquisadas pelo Dieese, ficando atrás apenas de Recife (R$ 559,68) e Aracaju (R$ 534,40).
A pesquisa mostra que o valor também subiu em outras 13 capitais, sendo que o aumento mais expressivo foi registrado no Rio de Janeiro (5,18%). Três capitais apresentaram queda no preço, sendo a mais acentuada em Florianópolis (-2,12%).
O custo do quilo do feijão subiu em todas as capitais. Em João Pessoa, também houve aumento no preço da banana, arroz e manteiga. Já o preço do pão francês caiu 1,54% na capital.
A cesta básica considerada pelo Dieese inclui carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, óleo e manteiga.
Salário mínimo
Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a do Rio de Janeiro (R$ 832,80), o Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.996,36, ou 4,95 vezes o valor do salário mínimo.
O cálculo leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em janeiro, o valor necessário era de R$ 6.723,41. Em fevereiro do ano passado, o mínimo necessário era R$ 6.547,58 ou 5,03 vezes o valor do salário mínimo vigente na época, que era de R$ 1.302,00.
Em fevereiro de 2024, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 107 horas e 38 minutos, maior do que o de janeiro, de 106 horas e 30 minutos. Já em fevereiro de 2023, a jornada média ficou em 114 horas e 38 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em média, em fevereiro de 2024, 52,9% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em janeiro, 52,33%. Em fevereiro de 2023, o percentual ficou em 56,33%.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 09 de março de 2024.