O custo da cesta básica de alimentos teve redução em 22 das 27 capitais do Brasil em setembro na comparação com agosto. A informação é da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada, ontem, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).Em João Pessoa, a queda foi de -1,79% e o custo médio da cesta básica ficou em R$ 610,93 — a quinta mais barata entre as capitais pesquisadas.
Oito dos 12 itens avaliados tiveram redução na capital paraibana. O destaque foi o tomate, com redução de -7,60%. Arroz parboilizado (-5,05%), banana (-5,03%), farinha de mandioca (-1,88%), café em pó (-1,23%), carne bovina de primeira (-0,88%), feijão carioca (-0,84%) e leite integral (-0,59%) completam os itens que tiveram queda. Os outros quatro apresentaram elevação: óleo de soja (2,37%), pão francês (0,52%), açúcar cristal (0,49%) e manteiga (0,06%).
No acumulado do ano, de dezembro de 2024 a setembro de 2025, seis produtos registraram redução no preço médio: arroz parboilizado (-32,67%), farinha de mandioca (-10,89%), açúcar cristal (-9,71%), feijão carioca (-9,66%), óleo de soja (-6,02%) e leite integral (-4,12%). No recorte que leva em conta os últimos 12 meses, cinco itens estão mais baratos no período: arroz parboilizado (-32,48%), feijão carioca (-12,42%), farinha de mandioca (-10,54%), açúcar cristal (-9,91%) e banana (-4,01%).
Brasil
Em âmbito nacional, as reduções mais expressivas em setembro ocorreram em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). Os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 552,65), Maceió (R$ 593,17), Salvador (R$ 601,74), Natal (R$ 610,27) e João Pessoa (R$ 610,93). O maior custo ficou em São Paulo (R$ 842,26).
“A redução do custo da cesta básica em boa parte das capitais é sinal que as políticas do Governo do Brasil de abastecimento e apoio à produção de alimentos estão funcionando. A Conab e o Dieese trabalham para garantir transparência nos preços e contribuir com ações que assegurem comida de qualidade e a preços justos na mesa das famílias brasileiras”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.
O estudo trouxe ainda o recorte de julho a setembro de 2025, que indicou queda no preço dos alimentos em 25 das 27 cidades em que é feito o levantamento no período. A capital que apresentou maior queda foi Fortaleza, com -8,96%, com a cesta passando de R$ 738,09 em julho para R$ 677,42 em setembro, R$ 60,67 a menos. São Luís (-6,51%), Recife (-6,41%) e João Pessoa (-6,07%) aparecem na sequência. Nos últimos três meses analisados, as duas únicas capitais que apresentaram alta foram Macapá (+0,94%) e Campo Grande (+0,63%).
Itens
O tomate teve queda em 26 capitais de agosto a setembro, com variações de -47,61% em Palmas, a -3,32%, em Campo Grande. O aumento da oferta, resultado da colheita da safra nacional, ajudou a reduzir os valores no varejo. Apenas Macapá registrou alta (4,41%).
O arroz agulhinha ficou mais barato em 25 das 27 cidades, com destaque para Natal (-6,45%), Brasília (-5,33%) e João Pessoa (-5,05%). Mesmo com as exportações aquecidas, o recorde de produção da safra 2024–2025 manteve o excedente interno elevado, o que reduziu as cotações. A única alta ocorreu em Vitória (1,29%), e o preço se manteve estável em Palmas.
O preço do açúcar caiu em 22 capitais, com variações de -17,01%, em Belém, a -0,26%, em São Luís. O aumento da produção nas usinas paulistas e a previsão de maior oferta na Ásia provocaram queda nos preços externos e, consequentemente, no mercado interno. Apenas em Goiânia (0,51%) e João Pessoa (0,49%) o preço médio subiu.
O café em pó caiu em 14 capitais. As maiores reduções ocorreram no Rio de Janeiro (-2,92%) e em Natal (-2,48%). Apesar da valorização internacional do grão, os preços elevados nos supermercados inibiram a demanda, reduzindo as cotações médias. As maiores altas foram em São Luís (5,10%) e em Campo Grande (4,32%).
No caso da batata, coletadas nas cidades do Centro-Sul, em 10 capitais o produto ficou mais barato, com reduções do valor médio de -21,06%, em Brasília, e a -3,54%, em Porto Alegre. A queda se deve à maior oferta, com o avanço da colheita da safra de inverno. Só Belo Horizonte apresentou elevação (3,07%).
Já na carne bovina de primeira, as quedas mais acentuadas ocorreram em Macapá (-2,41%), Natal (-1,13%) e São Luís (-1,03%). A estiagem limitou a oferta, enquanto a baixa demanda impediu altas mais generalizadas. O produto subiu em 16 capitais e caiu em 11. A maior alta foi registrada em Vitória (4,57%).
Pesquisa
A coleta de preços de alimentos básicos foi ampliada de 17 para 27 capitais brasileiras em 2025, resultado da parceria entre a Conab e o Dieese. A iniciativa reforça a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Os primeiros resultados com todas as capitais começaram a ser divulgados em agosto de 2025, com base nos dados de julho.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 09 de Outubro de 2025.