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Chuvas trazem prejuízos financeiros a motoristas

publicado: 17/06/2024 10h09, última modificação: 17/06/2024 10h09
Cuidado precisa ser redobrado com pistas molhadas e vias inundadas
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Entrada de água no veículo pode estragar diversas partes do carro e até levar à perda total | Foto: Edson Matos/Arquivo A União
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Quando a água entra nos cilindros do motor, interfere no movimento normal dos pistões | Foto: Leonardo Ariel
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por Bárbara Wanderley*

O período de chuvas que vem se intensificando na Paraíba acaba trazendo muitos transtornos à população e pode causar muitos prejuízos aos motoristas especificamente. De acordo com um estudo desenvolvido por seguradoras de veículos, os sinistros chegam a aumentar em média 20% na época de chuvas.

O corretor de seguros Fred Falcão explicou que muitos desses sinistros estão relacionados a colisões. Ele afirmou que, em dias de chuva, é necessário reduzir a velocidade e ter cuidado redobrado, tanto pela pista molhada, que pode dificultar a frenagem, quanto pela baixa visibilidade.

Outro problema relacionado às chuvas diz respeito à entrada de água no veículo, que pode estragar diversas partes do carro e até levar à perda total em alguns casos. “Já tivemos três ou quatro ocorrências dessas neste ano”, contou ele, referindo-se aos seus clientes que precisaram acionar o seguro devido a situações de alagamento.

Segundo ele, a situação pode se dar de duas formas, sendo a primeira delas quando a pessoa estaciona o carro em algum local e depois já o encontra alagado. Outra opção, que é mais comum, é quando o motorista tenta atravessar alguma área alagada.

“Como tenho muitos clientes na orla de João Pessoa, já tenho conhecimento de algumas áreas. Aquela curva que vai do Retão de Manaíra para a BR-230, por exemplo: todo ano tem sinistro ali”, relatou.

Água no motor traz danos graves ao veículo

Ao entrar no motor, a água da chuva pode causar um calço hidráulico, problema que ocorre quando a água entra nos cilindros do motor, interferindo no movimento normal dos pistões. Com isso, o carro pode começar a soltar uma fumaça branca pelo escapamento, fazer barulhos altos, como se algo estivesse batendo dentro do motor, ou mesmo parar completamente de funcionar.

Foi o que aconteceu com a analista de recursos humanos Soni Jacobino. Ela contou que, há alguns anos, estava transitando por uma área alagada na Avenida Beira Rio, em João Pessoa, quando o carro parou no meio da água. Ela chamou um guincho para levar o veículo à oficina, onde foram constatados danos ao motor. O prejuízo só não foi maior porque o carro tinha seguro, mas, ainda assim, a situação envolveu diversos transtornos.

“O conserto demorou um mês e meio e, pelo seguro, só tivemos direito a carro reserva por 15 dias”, lembrou. Ela destacou também que teve que enfrentar alguma burocracia para regularizar o veículo antes de vendê-lo, já que motor foi trocado.

Soni afirmou que se tornou mais cautelosa ao dirigir em dias de chuva, assim como o marido. “Acho que meu marido ficou até mais traumatizado do que eu: ele não passa em poça, sempre dá um jeito de dar a volta ou dar a ré”, disse.

Fred Falcão ressaltou a importância de contratar um seguro que tenha cobertura compreensiva, englobando também os danos causados por desastres naturais. Ele lembrou que, quando a chuva vem acompanhada de muito vento, também pode ocorrer a queda de árvores ou galhos em cima de veículos.

Vias com trechos alagados devem ser evitadas

O mecânico Kevin Santos relatou o caso de um cliente que, por causa da chuva, recentemente estragou uma Mercedes recém-adquirida. No caso dele, não houve grandes danos ao motor, mas a parte elétrica do carro foi comprometida, principalmente o sistema de airbags. Além disso, o assoalho e os bancos ficaram molhados, e tudo isso precisou ser desmontado no lava a jato para higienizar e secar.

Ele aconselhou os motoristas a evitarem os trechos da cidade que já são conhecidos por alagar, e disse que, caso o veículo comece a falhar dentro da água, é importante não insistir. “Não tente ligar o carro. Desligue o motor e saia de perto. Chame um guincho. Dependendo do modelo do carro e da área que for comprometida, pode ser perigoso”, argumentou.

Placas perdidas

Uma das ocorrências mais comuns no período chuvoso é perder a placa do carro ou moto ao passar em alguma poça de lama. O gerente de vistorias do Detran-PB, Paulo Pimentel, afirmou que todos os anos, no período chuvoso, a procura por placas novas aumenta no departamento por esse motivo.

É importante que os motoristas verifiquem o estado dos parafusos que seguram as placas. Ainda assim, caso a placa seja perdida, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia física ou on-line. Com o boletim em mãos é possível agendar no site do Detran o serviço “Solicitação de placa(s)”.

O serviço requer que seja realizada no veículo uma vistoria que custa R$ 98,26. A placa dianteira de carros custa R$ 115, ou R$ 235 se for o par. Já a placa de moto custa R$ 140 e de veículo ciclomotor R$ 72.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 16 de junho de 2024.