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Bairros da orla

Com alta demanda, faltam imóveis para alugar em João Pessoa

publicado: 17/01/2024 09h13, última modificação: 17/01/2024 09h13
Expectativa do Creci é que oferta volte a crescer após o feriado de Carnaval
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Procura é maior por imóveis pequenos, com cerca de 30m2, sobretudo em bairros da orla - Foto: Marcos Russo

por Michelle Farias*

Com uma alta demanda por locação, alguns bairros de João Pessoa já não têm imóveis disponíveis para aluguel neste início do ano. O Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB) verificou que a demanda cresceu desde o final do ano passado, uma procura que é em média 10% superior a outras capitais.

Somente após o Carnaval um número maior de imóveis deve voltar a ficar disponível para locação. “Há pessoas que buscam por moradia fixa, temporária, lazer e trabalho, gerando um fluxo maior do que o registrado nos anos anteriores. A gente consegue atender boa parte dessa demanda porque o mercado da construção civil apresenta um avanço espetacular na entrega de imóveis”, disse o conselheiro federal do Creci-PB, Fabiano Cabral.

A procura é maior por imóveis pequenos, com cerca de 30 metros quadrados, sobretudo em bairros da orla, como Cabo Branco, Tambaú e Bessa, além de Ponta de Campina, Camboinha e Formosa, no município de Cabedelo. Já na Zona Sul da capital, os bairros com melhor estrutura, a exemplo de Bancários, José Américo e Geisel são os preferidos.

Na Execut Negócios Imobiliários, a procura por aluguel apresentou acréscimo de 25% e uma lista de espera foi formada com clientes que buscam um tipo específico de imóvel, como as casas em condomínios. “A orla é o local preferido por quem busca o aluguel, mas temos um crescimento exponencial no Bessa, por toda estrutura, seus parques, shopping, escolas internacionais, supermercados, além das belas praias. É a comodidade de conseguir resolver tudo sem sair do bairro”, pontuou Gilvandro Guedes, proprietário da empresa.

Segundo ele, as facilidades de acesso à capital, com ampliação dos voos, além da implantação do home office, possibilitou que um número maior de pessoas de outros estados conhecessem a cidade e pudessem trabalhar à distância. Sobre os preços, Gilvandro explicou que o reajuste no valor do aluguel depende do indexador estabelecido em contrato entre locador e locatário, variando de quase 0% até 6% ao ano.

O corretor Eduardo Henrique revelou que nas duas primeiras semanas de janeiro pelo menos 20 potenciais clientes o procuraram em busca de imóvel para aluguel. “Não estão fáceis os aluguéis em João Pessoa e percebemos que neste mês de janeiro, específico, ficou ainda mais difícil. Muita gente procurando por locação e não temos opções para oferecer. São inúmeras as mensagens de pessoas que estão chegando de outras cidades ou estados para morar aqui e buscam inicialmente pela locação”, afirmou.

Aumento superior ao IPCA

Para quem aluga por mais tempo, é necessário pesquisar bastante o valor. O preço do aluguel residencial ficou 16,16% mais caro no ano passado, segundo dados do Índice FipeZAP, divulgados ontem. Para este ano ainda não foi divulgada uma estimativa, mas o aumento varia de acordo com o indexador utilizado para o reajuste, que deve ser definido em contrato.
O aumento anual foi mais que o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 4,62% no ano. O percentual é inferior aos 16,55% verificado em 2022, o maior aumento em 11 anos.

Em todas as 25 cidades pesquisadas houve aumento no valor. Entre as capitais monitoradas, com base nos valores de aluguel divulgados na internet, os maiores avanços foram em Goiânia (37,28%), Florianópolis (27,68%), Fortaleza (21,95%) e Curitiba (20,70%).

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 17 de janeiro de 2024.