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Comer fora custa cada vez mais caro

publicado: 19/08/2024 09h43, última modificação: 19/08/2024 09h43
Preço médio da refeição em restaurante subiu 17% em João Pessoa, maior alta do Nordesde junto com Aracaju
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Tempo corrido e maior facilidade levam as pessoas a optarem por comer em restaurantes, mas essa decisão compromete orçamento | Foto: Marcos Russo/Arquivo A União

por Bárbara Wanderley*

 preço médio da refeição completa fora do domicílio subiu 17% em João Pessoa e é de R$ 49,86, de acordo com a pesquisa anual realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O aumento foi um dos maiores do Nordeste, empatando com Aracaju (SE), mas o preço é semelhante à média da região, que ficou em R$ 49,09, 12,7% a mais do que o registrado no ano passado.

Os preços do Nordeste ficaram abaixo da Região Sudeste, onde comer fora do lar custa em média R$ 54,54. O estudo considera como completa uma refeição composta por prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café.

A consultora Carleuza Andrade não gasta tudo isso, mas, ainda assim, afirma que as refeições fora do lar pesam no orçamento. Ela contou que costuma almoçar fora, de segunda a sexta-feira, já que não retorna para casa em seu horário de almoço durante a jornada de trabalho.

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No Nordeste, comer fora do domicílio fica mais barato que na Região Sudeste, onde o custo da refeição fora do lar custa em média R$ 54,54

“Até que não moro longe do trabalho, mas moro só e, para quem mora só, às vezes o custo-benefício compensa”, explicou, acrescentando que acredita que essa é uma tendência para pessoas que moram sozinhas.

“Eu não tenho muito tempo para cozinhar. Trabalho muito e às vezes ainda levo trabalho para casa. Eu ainda teria que comprar tudo, preparar. Tem o sábado e o domingo, teria que pegar um dia pra isso. Aí opto por comer fora mesmo”, detalhou.

Ela disse que gasta, em média R$ 25 por dia com o almoço. “Aqui perto do meu trabalho tem três opções. Um é no peso e os outros dois são daqueles que a pessoa come à vontade, sem balança, um custa R$ 19 e outro R$ 21. Mas nunca é só o almoço, a gente sempre quer um suco, uma sobremesa”, comentou.

Carleuza também percebeu que houve aumento no custo da refeição há alguns meses, já que o restaurante que cobra R$ 19, antes cobrava R$ 17. “Acho que o que é no peso também aumentou R$ 2 ou R$ 3 no preço do quilo”, disse. 

Para economizar, ela contou que também tem algumas estratégias. “Gosto muito de folhas, legumes, então acabo preferindo o restaurante no peso, que tem mais opções de salada. Mas quando quero comer alguma coisa mais pesada, vou no sem balança”. 

Apesar de a despesa acabar sendo alta, Carleuza considera que, por morar sozinha e economizar no supermercado, os custos acabam sendo semelhantes. “Supermercado também não está barato. Acho que vale mais a pena para famílias grandes, que a pessoa pode economizar comprando num atacado”, ponderou.

Mesmo almoçando fora, ela destacou que ainda gasta cerca de R$ 200 por semana no supermercado com itens para café da manhã, jantar e lanches de modo geral.

Para ela, a única desvantagem é não poder escolher um cardápio mais saudável e que leve em conta as restrições alimentares de cada um. “A única coisa é que quando a gente faz, a comida é mais saudável. Sobre as restrições, eu tenho um problema com leite e às vezes fica difícil encontrar pratos que não tenham”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa no dia 17 de agosto de 2024.