As operações com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO) registraram crescimento de 13% no período de janeiro a agosto de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. O incremento representa a contratação de R$ 52,7 bilhões para financiar setores produtivos em operações com pessoas físicas e jurídicas. A meta é alcançar R$ 73,2 bilhões em operações com os três fundos até o fim do ano. Na Paraíba, o volume contratado chegou a R$ 1,5 bilhão, alta de 4,9%.
As diretrizes e orientações para aplicação dos Fundos Constitucionais de Financiamento são determinadas pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (Midr) em conjunto com as Superintendências do Desenvolvimento Regional (Sudam, Sudene e Sudeco). Já a liberação dos valores é realizada por meio de programas de financiamento elaborados pelo Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Brasil (BB), aquecendo a economia, gerando emprego e renda nas áreas atendidas.
Do total contratado de janeiro a agosto, R$ 23,6 bilhões (44,7%) foram destinados a projetos de mini e pequenos empreendedores e micro e pequenas empresas, público considerado prioritário nas políticas de crédito. Embora as operações de crédito sejam voltadas, prioritariamente, a atividades produtivas de pequenos e miniprodutores rurais e pequenas e microempresas, também são asseguradas condições atrativas de financiamento a médios e grandes investidores.
O setor rural segue como o principal beneficiado, com R$ 18,7 bilhões em financiamentos, frente aos R$ 16,3 bilhões registrados no mesmo período de 2024. Na sequência aparecem Comércio e Serviços (R$ 12,9 bilhões), Infraestrutura (R$ 7,09 bilhões), Indústria (R$ 3,6 bilhões) e Agroindústria (R$ 1,3 bilhão).
FNO
O fundo com maior variação em relação a 2024 foi o FNO, que registrou aumento de 22% no volume de financiamentos. Nos primeiros oitos meses deste ano, firmaram-se cerca de 45 mil empréstimos totalizando R$ 11,4 bilhões em crédito para empreendedores urbanos e produtores rurais da Região Norte.
O avanço foi puxado pelo microcrédito produtivo AgroAmigo, cujos contratos saltaram 1.068%, de janeiro a agosto de 2025, em relação ao mesmo período do ano passado. Até o oitavo mês deste ano, agricultores familiares do Norte adquiriram cerca de R$ 196,2 milhões em crédito.
O valor reflete-se no total de participação do FNO nas linhas de crédito rural do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). Até agosto, o fundo movimentou R$ 1,3 bilhão, alta de 105% frente ao resultado de 2024 (R$ 664,2 milhões).

- Participação do FNE no Pronaf foi de R$ 6,6 bilhões, alta de 105% em relação ao ano passado | Foto: Ortilo Antônio/Arquivo A União
O setor rural foi o responsável pelo maior volume contratado: R$ 6,04 bilhões, Seguido de Comércio e serviços (R$ 2,1 bilhões), Infraestrutura (R$ 1,6 bilhão), Indústria (R$ 181,9 milhões) e Energia (R$ 13,9 milhões).
Sudam
Na área de atuação da Sudam, o destaque em relação ao volume de financiamentos contratados é o Pará. O estado foi responsável pela formalização de contratos que somaram R$ 4,1 bilhões, um incremento de 58% em relação aos primeiros oito meses do ano passado.
Na sequência, aparecem Tocantins, com R$ 2,5 bilhões (variação de +14% comparando-se a 2024); Roraima, com R$ 2,4 bilhões (+26%); Amazonas, com R$ 1,4 bilhão (+44%); Acre, com R$ 355,4 milhões (-30%); Amapá, com R$ 316,3 milhões (+171%) e Roraima, com R$ 180 milhões (-81%).
FNE
De janeiro a agosto de 2025, empreendedores urbanos e produtores rurais da Região Nordeste — e das porções norte do Espírito Santo e de Minas Gerais — contrataram R$ 33,2 bilhões, por meio do FNE. Este valor representa um aumento de 12% em comparação ao mesmo período de 2024.
A instituição responsável pela operacionalização dos recursos do FNE é o Banco do Nordeste, que possui uma das maiores carteiras de microcrédito produtivo orientado do Brasil. Por meio do fundo, R$ 8,2 bilhões foram movimentados em contratos rurais e urbanos.
A participação do FNE nas linhas de crédito rural do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) foi de R$ 6,6 bilhões, alta de 105% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contratados R$ 664,2 milhões.
O setor de Comércio e serviços foi o que mais recebeu financiamentos do FNE nos primeiros oito meses deste ano, quando somaram-se R$ 8,5 bilhões em contratos. Em seguida, aparece o setor rural (R$ 7,7 bilhões), Infraestrutura (R$ 5,2 bilhões), Indústria (R$ 2,9 bilhões) e Agroindústria (R$ 1,3 bilhão).
Sudene
Na área de atuação da Sudene, o estado que mais contratou recursos nos primeiros oito meses de 2025 foi a Bahia, alcançando R$ 8,1 bilhões (o que representa variação de +18% comparado ao mesmo período do ano anterior). Em seguida, aparece o Ceará com R$ 4,3 bilhões (-12%); Piauí, com R$ 3,9 bilhões (+35%); Maranhão, com R$ 3,7 bilhões (+24%); Pernambuco, com R$ 3,5 bilhões (+30%); Minas Gerais, com R$ 2,6 bilhões (+21%); Sergipe, com R$ 1,6 bilhão (+29%); Paraíba com R$ 1,5 bilhão (+4,9%); Rio Grande do Norte, com R$ 1,3 bilhão (-13%); Alagoas, com R$ 1,2 bilhão (-26%); e Espírito Santo com R$ 825,1 milhões (+83%).
FCO
De janeiro a agosto de 2025, empreendedores urbanos e produtores rurais da região Centro-Oeste contrataram R$ 8,1 bilhões por meio do FCO. Este valor representa um aumento de 6% em comparação ao mesmo período de 2024.
No mês de março deste ano, o FCO começou a operar o microcrédito produtivo AgroAmigo. De março a agosto, os agricultores familiares da região Centro-Oeste adquiriram R$ 7,5 milhões em crédito. O valor reflete-se no total de participação do fundo nas linhas de crédito rural do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf): R$ 305,9 milhões.
O setor que mais recebeu financiamentos do FCO, nos primeiros oito meses deste ano foi o rural, com R$ 4,9 bilhões contratados. Em seguida, aparece o setor de Comércio e serviços (R$ 2,2 bilhões), Indústria (R$ 439 milhões), Infraestrutura (R$ 149,9 milhões) e Turismo (R$ 69,6 milhões).
Sudeco
Na área de atuação da Sudeco, o principal destaque foi o volume de financiamentos contratados por empreendedores urbanos e produtores rurais de Goiás. Eles foram responsáveis pela formalização de contratos que somaram R$ 3,04 bilhões (uma variação de +6% em relação aos oito primeiros meses de 2024). Na sequência, aparecem Mato Grosso, com R$ 2,6 bilhões (+1%); Mato Grosso do Sul R$ 1,9 bilhão (+9%) e Distrito Federal R$ 424,8 milhões (+31%).
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de Outubro de 2025.